Dívidas com artistas ainda não foram quitadas

Oito meses após o término da Fenavinho Brasil 2011, o evento ainda continua rendendo assunto na cidade. Artistas envolvidos na elaboração e apresentação do espetáculo cênico Dormi, Sogna, Piccolo Amor Mio seguem sem receber o pagamento pelos serviços prestados. Caso nenhuma atitude seja tomada por parte da organização do evento, o grupo promete ingressar na Justiça para cobrar o valor que ultrapassa R$ 200 mil.

Desde agosto do ano passado a diretoria do espetáculo tenta marcar uma reunião com a diretoria da Fenavinho. O único encontro realizado, n o final do ano, contou apenas com a presença dos diretores culturais. No início de dezembro, sete meses após o término da festa, os artistas resolveram dar um último prazo para a direção: se dentro de um mês os pagamentos não fossem efetuados eles procurariam a Justiça. O prazo encerrou-se e nenhum contato por parte da organização da Fenavinho foi feito.

Nesse mesmo período, os artistas ficaram sabendo que o segundo projeto criado para tentar captar novamente os recursos teria sido suspenso. Apesar disso, a diretoria da festa entrou em contato com os artistas para dizer que o período de captação de recursos teria sido estendido até o final de 2012. “Não sabemos em quem acreditar. Acessamos o site do Ministério da Cultura e o projeto consta como suspenso”, comenta o diretor de infraestrutura do espetáculo, Marcelo Favretto. “Se a direção da Fenavinho tivesse realizado mais reuniões com os artistas, haveriam menos perguntas sem respostas”, dispara o bailarino Fábio Soares de Jesus.

O grupo buscará orientações com os advogados do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio Grande do Sul para determinar quais serão os próximos passos dados. “Gostaríamos de poder resolver a situação sem precisar recorrer à Justiça. Só queremos que os pagamentos sejam feitos”, finaliza Corrêa.

Produção do espetáculo reuniu 96 pessoas

Os primeiros contatos com o diretor artístico geral e coreógrafo do espetáculo, Moacir Corrêa, iniciaram um ano antes da realização do evento. Ele ficou encarregado de montar o restante da equipe técnica e elenco artístico, que reuniu 96 pessoas. O grupo elaborou roteiro, coreografia, cenário e figurino. “Optamos por cobrar um preço bastante acessível, pensando em colaborar com a festa”, conta Corrêa. Entretanto, pouco antes da estreia a direção do evento solicitou que houvesse uma redução de 10% nos valores cobrados. O contrato com os artistas envolvidos só foi assinado dias antes da data marcada para o início das apresentações.

A encenação seria custeada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, também conhecida como Lei Rouanet. Porém, no dia da estreia o elenco ficou sabendo que o projeto não havia sido aprovado. Mesmo assim o grupo optou por seguir com as apresentações. Para tentar reverter a situação, os artistas contam que a diretoria da Fenavinho optou por cadastrar novo projeto. A iniciativa ocorreu sem que fosse feito contato prévio com os envolvidos. O novo projeto consistiria em 48 apresentações em formato adaptado para palcos menores, já que não seria possível obter recursos financeiros para custear um evento que já havia acontecido. “Sequer nos comunicaram para saber se teríamos condições de formatar essas apresentações”, observa Corrêa.

O presidente da Fenavinho Brasil 2011, João Strapazzon, foi procurado pela reportagem do SERRANOSSA mas preferiu manifestar-se apenas depois de reunir-se os artistas.

Saiba mais

O espetáculo Dormi, Sogna, Piccolo Amor Mio mostrou fatos marcantes da história da imigração, contados pela ótica da garota Helena, que descobre um caderno de memórias escrito por sua tataravó Mística, vinda ainda criança nos navios que cruzaram o Atlântico no século 19.

Carina Furlanetto

 

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