Divórcio: como noticiar a separação aos filhos

Uma separação costuma ser difícil em qualquer circunstância, mas quando o casal tem filhos, essa mudança envolve toda a família e vem acompanhada de sofrimento, de maior ou menor intensidade. Com a decisão tomada, é preciso encontrar as palavras certas para contar aos pequenos, sem aumentar o drama. 

Frases curtas, sem rodeios nem muitos detalhes, são a melhor forma de dizer aos filhos que os pais vão tomar caminhos diferentes, conforme a psicóloga Ciani Pompermayer, de Bento Gonçalves. “Uma notícia com muitas explicações e floreios pode despertar a imaginação e gerar angústia na criança, por isso é preciso ser objetivo”, recomenda.

Ao comunicar a decisão, o ideal é dizer que o papel dos pais não vai mudar, deixando a criança segura. Ciani explica que, quando o casal se separa, já existe um clima que, inevitavelmente, a criança já sentiu. Nesse contexto, se o pequeno tiver dúvidas, ele vai perguntar e é recomendado responder as questões com poucas palavras, sem incluir informações que possam gerar mal-entendidos ou revoltas.

Também é importante que os pais combinem, entre si, como vai ser dada a notícia. O ideal é que os dois estejam presentes na hora do comunicado para evitar que o filho tome partido de um ou de outro, o que não seria saudável. “Além disso, uma conversa delicada como essa deve ocorrer em reunião entre pais e filhos, sem outros parentes ou amigos por perto”, recomenda a especialista.

O melhor é que, no momento da comunicação à criança, já estejam decididos detalhes como quem vai ficar com a guarda, como serão as visitas e outras mudanças na rotina que possam acontecer a partir de então. O mais importante é que a convivência com ambos seja mantida e que exista harmonia entre a família, independente se os pais vivem sob o mesmo teto ou não. É preciso considerar que as crianças sofrem menos com o divórcio do que com brigas no lar.

Outro detalhe importante é com relação a um novo relacionamento que um dos pais tenha ou venha a desenvolver em seguida. A psicóloga enfatiza que esta terceira pessoa deve ser inserida muito lentamente na vida da criança ou adolescente, que tende a não aceitar facilmente, e isso deve ser respeitado. “Os pais normalmente têm uma ansiedade em apresentar o novo parceiro, mas só com o tempo os filhos assimilam a mudança e aceitam a nova situação”, esclarece a psicóloga.


Reportagem: Alexandra Duarte

 

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