Do berço para a cama: dicas para deixar a criança segura com a mudança

Portal Minha Vida

Com suas grades e proteções, o berço é um cantinho confortável e seguro para um bebê. Ele é feito para afastar o medo de cair ao chão durante a noite. No entanto, chega uma idade em que o pequeno já consegue controlar estes movimentos, e rolar da cama não é mais perigo. Ao mesmo tempo, ele fica pesado para que os pais ergam por cima das grades do berço. Esses são sinais de que a hora de dormir na cama chegou.
Muitas crianças ficam inseguras e relutam em fazer essa transição, insistindo para dormir com os pais. "Uma criança que está acostumada a dormir sozinha e, de repente, pede para dormir na cama dos pais, mostra que está insatisfeita com a mudança. Mas não é só isso, a manha pode ser sinal de que ela está se sentindo ameaçada (o ciúme de um irmão, por exemplo) ou tentando manipular os pais para conseguir o que quer", afirma a psicóloga Iolete Ribeiro, professora da Universidade Federal do Amazonas.

ADMITA QUE O BEBÊ CRESCEU
Em muitos casos, os pais estão com dificuldades de aceitar o crescimento dos filhos e de forma inconsciente não querem dar espaço para que seus filhos desenvolvam autonomia. Observamos mães deixando seus filhos na escola com uma expressão de sofrimento, enquanto os filhos demonstram alegria ao entrarem lá. Em outras situações, os filhos choram somente na frente dos pais, quando estes saem, imediatamente cessa o choro. Os pais precisam passar confiança para a criança, mostrando que a saída do berço representa uma conquista e que ele vai dormir na cama como todas as outras pessoas da casa.

RECOMPENSA 
Recompensar a criança, quando ela for para a cama sem dar trabalho, pode ser uma boa prática, desde que essa recompensa não seja somente material e que seja temporária. Vale, por exemplo, contar duas histórias (em vez de uma só) na hora de dormir. É preciso que a criança se automotive e não dependa da recompensa oferecida pelos pais.

NÃO CAUSE SURPRESAS
Só se deve tirar a criança do berço e colocá-la na cama quando ela já estiver dormindo se isso tiver sido combinado antes com a criança. Do contrário, ela acorda e leva um susto, criando desconfiança em relação aos pais e dificultando ainda mais a transição do berço para a cama.

RISCO EMOCIONAL
Os pais, normalmente, avaliam apenas o risco físico desta transição: para eles, a criança está pronta para sair do berço quando não corre riscos de cair da cama. Mas não é só, há necessidade de estabelecer uma relação de confiança com a criança para que o desenvolvimento ocorra de forma adequada. Tudo deve ser conversado com ela.

DORMIR COM OS PAIS É RETROCESSO
Se for para tirar a criança do berço e levá-la para sua cama, melhor deixar tudo como está. Dormir com os pais pode representar um atraso no seu desenvolvimento emocional, por estimular a dependência. A transição deve ser trabalhada gradativamente. Deixar no berço também não será positivo para o desenvolvimento da autonomia da criança, que deve ser preparada para enfrentar as transformações inerentes ao processo de desenvolvimento. Os pais devem ter segurança ao tomar as decisões e passar essa segurança para a criança, avaliando os impactos dela antes de comunicarem ao filho.

ELOGIOS 
A criança deve ser elogiada na frente de outros adultos ou de outras crianças pela troca. Isso ajuda na compreensão de que a mudança é valorizada pelo grupo social.

FAÇA COM QUE ELE PARTICIPE
Levar seu filho à loja de móveis, para que ele participe da compra da cama, também mostra que a mudança é positiva e que a criança só terá benefícios ao mudar a maneira de dormir.

ESTÍMULOS CERTOS
Deixar que a criança durma junto de um bichinho ou de uma boneca pode servir para dar mais segurança, já que a cama é mais espaçosa do que o berço e ela pode estranhar. Mas não dê a ideia. Se sentir necessidade, seu filho vai buscar um companheiro para o sono. De forma temporária, as roupas de cama ou a decoração do quarto também servem de motivadores.