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Doações que salvam vidas

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Antonio Elisandro Klagenberg, morador de Pinto Bandeira, passou a sentir fortes dores de cabeça e a vomitar frequentemente em outubro de 2008. Conduzido ao hospital, descobriu uma falência renal. “É uma doença crônica, o rim para de se desenvolver”, explica. Após um ano de preparação, recebeu o órgão de um dos irmãos. Segundo Klagenberg, hoje com 27 anos, a recuperação foi tranquila: recebeu alta após duas semanas e o irmão em três dias. Não houve nenhum sintoma de rejeição e ambos levam uma vida normal. “Tenho apenas que ter alguns cuidados, como esforço físico”, relata.

Klagenberg recebeu o rim do irmão, mas nem todos precisam de um órgão de alguém que possa doar em vida, dependendo da boa vontade das famílias de quem tem morte cerebral. A destruição das células nervosas significa a morte da pessoa, mas ela ainda pode estar ligada a aparelhos que mantêm seus órgãos funcionando corretamente. É nesse momento que a família deve decidir sobre a doação.

A lista de espera por órgãos cresce a cada dia e, no Estado, o número de doadores caiu nos últimos anos. Em Bento, porém, o quadro é mais otimista. Em apenas nove meses, as notificações de mortes encefálicas de 2011 já superam o número de todo o ano de 2010. Até setembro, houve 133 doações de córneas, múltiplos órgãos e ossos.

Bento conta com uma Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, que atua no Hospital Tacchini. Há uma equipe que trabalha na retirada e transplante de córneas e outra em retiradas de tecido musculoesquelético. Além de vistoriar, a comissão busca possíveis doadores, conforme a presidente, a neurologista Maria Júlia Carrion. Desde o último ano, o grupo se propõe a divulgar o trabalho em escolas e entidades. “Graças a esse trabalho de conscientização, estamos conseguindo aumentar o número de doadores, mas a fila não cessa nunca, precisamos sempre de mais”, reforça. 

Saiba mais

A Constituição de Comissão Intrahospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante é uma portaria do Ministério da Saúde, em todos os hospitais públicos, privados e filantrópicos com mais de 80 leitos. Nos nove anos da comissão do Tacchini, onde hoje atuam 12 profissionais, já foram feitas mais de 700 captações de órgãos.

Abraço

O Dia Nacional da Doação de Órgãos é comemorado no dia 27 de setembro. Para marcar a data, neste ano, o Tacchini reuniu colaboradores do hospital e famílias de doadores e transplantados em um abraço coletivo. Pela causa, mais de 500 pessoas se deram as mãos ao redor de toda a quadra do estabelecimento.


Priscila Pilletti

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