Duas mulheres na tropa

Na sede do 6º Batalhão de Comunicações Bento Gonçalves (6º BCom), apesar de não ser a primeira vez que mulheres integram o efetivo, elas ainda causam surpresa. Em meio a cerca de 450 homens, duas mulheres atuam no Batalhão. A sargento Fernanda Machado Cardoso trabalha na área de saúde, no Fundo de Saúde do Exército (Fusex), assim como a aspirante a oficial Adriane Vienel Fagundes, que exerce a função de dentista no quartel. 

A sargento Fernanda, de 26 anos, natural de São Gabriel, está no exército desde 2006, após prestar concurso público para sargento de saúde. “Depois de me formar em técnica de enfermagem, fiz o concurso por ter interesse em seguir a carreira e também pela estabilidade”, explica. Ao término dos cursos realizados em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, ela serviu no quartel de Bagé e, desde janeiro, está em Bento Gonçalves, acompanhando o marido, também militar. “Hoje trabalho prestando atendimento ao Fusex e dou apoio na área de enfermaria em manobras, formaturas, entre outros”, detalha.

Há seis anos no Exército, Fernanda afirma nunca ter sofrido preconceito, mas percebe que as pessoas ainda se surpreendem ao saberem que ela é militar. Opinião que é também da aspirante a oficial Adriane Vienel Fagundes, de 27 anos de idade, natural de Porto Alegre. Adriane atua como dentista no Exército e está passando pelo estágio probatório, que tem duração de seis meses. Após, será promovida a 2º tenente. A porto-alegrense conta que nunca teve expectativa de entrar no Exército e somente ao final de sua graduação decidiu seguir carreira militar. “Em 2009, ao me formar em Odontologia, soube que era possível ingressar como voluntária e resolvi tentar”, relata. A primeira tentativa foi em 2010, mas ela não teve sucesso. “Era necessária a especialização. Fiz minha residência em um hospital em Porto Alegre e consegui”, conta.

 
Ingresso na vida militar

O capitão Marcelo Werminghoff explica que, para os homens, o ingresso na carreira militar é realizado através da apresentação obrigatória ou de concurso público. Já as mulheres podem optar ou não por prestar concurso. “Algumas opções para quem já possui formação acadêmica são: o Instituto Militar de Engenharia, específico para engenheiros; a Escola de Administração do Exército, destinada para pessoas com graduação em qualquer área; e a Escola de Saúde, para médicos, dentistas e enfermeiros. Após as instruções e treinamentos, os militares podem atuar no Exército Brasileiro”, explica.

 
Lições de vida

O capitão destaca que os militares levam os ensinamentos para vida toda. “Durante as atividades militares, alguns jovens têm pela primeira vez o contato com a disciplina, como cumprimento de horário, organização e responsabilidade. Eles mesmos reconhecem a importância dos ensinamentos recebidos e levam para a vida pessoal e profissional, por isso o chamado ‘Braço Forte’, do nosso slogan. São também importantes as várias atividades que colaboram com o desenvolvimento nacional, como a construção de estradas, apoio à Defesa Civil em caso de calamidade pública, em operações de Garantia da Lei e Ordem, como o apoio que hoje o efetivo presta à Polícia Federal no combate ao contrabando, e as operações humanitárias”, explica. Sobre a escolha da carreira, o capitão alerta que não adianta considerar somente a estabilidade que o Exército proporciona, pois a profissão também apresenta um alto grau de dificuldade.

 
Reportagem: Katiane Cardoso

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