E-Social e o fim do “jeitinho” nas empresas

Ainda que se possa imaginar que o software que processa as rotinas trabalhistas (admissões, férias, rescisões, folha etc.) seja a maior dificuldade para se adaptar ao E-Social – já que há inúmeras alterações e adaptações do sistema para atender aos leiautes, tabelas e regras de validação das informações –, na realidade, esta será a menor das mudanças para as empresas, uma vez que a parte técnica é de responsabilidade do fornecedor do sistema de folha de pagamento.

O Sistema E-Social traz consigo diversas mudanças como de tecnologia, processos, prazos, atendimento à legislação, entre outras. A grande e substancial mudança será na “cultura” das empresas, pois procedimentos básicos, como admissão, emissão de CAT e pagamento de férias, entre outros, dependem exclusivamente das pessoas, ou seja, são elas que devem se adaptar e atender às expectativas dessa nova rotina. 

O E-Social traz um cenário bem diferente, pois cada evento/acontecimento terá que ser informado de imediato e ao longo do mês. Assim, tanto o empregado quanto o empregador terão que rever eventuais acordos extralegais, pois a rotina do E-Social não mais permitirá que tais procedimentos sejam mantidos.

Portanto, é uma mudança de paradigma cultural, na qual o “jeitinho” para tudo terá que ser substituído por um efetivo fluxo de procedimentos em que as pessoas estejam engajadas no seu cumprimento, pois é bom lembrar que o E-Social não muda a legislação: ao contrário, ajuda a cumpri-la.