Edital para obras no Burati deve ser lançado

O edital para a execução da primeira etapa das obras a serem realizadas na Bacia do Arroio Burati está previsto para ser lançado entre março e abril deste ano. O conjunto de intervenções para o local prevê, além do assentamento de redes coletoras, a construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Junto com a Bacia do Barracão, esta é uma das grandes bacias hidrossanitárias de Bento Gonçalves. Após a conclusão dos trabalhos, 51% da população deve ser beneficiada com o tratamento de esgoto no município. 

As obras a serem realizadas no Burati preveem o assentamento de redes coletoras e a construção de cinco estações de bombeamento. O custo total será de R$ 48,9 milhões, captados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). O sistema será ligado com a ETE do Barracão. Com a conclusão das duas grandes bacias, ainda restarão obras a serem feitas na bacia do Vale dos Vinhedos, ainda sem previsão de início. 


Atrasos

Em janeiro, durante reunião, a prefeitura cobrou da companhia o cumprimento dos prazos estabelecidos pelo Plano Municipal de Saneamento (PMS), elaborado ainda em 2009. Embora ele previsse que o município já tivesse 20% do seu esgoto tratado em 2011, até agora o serviço não entrou em operação. Esse percentual deve ser atingido apenas no próximo ano, quando a ETE do Barracão deve iniciar as atividades. 

O atraso para o cumprimento das metas estabelecidas pelo PMS, segundo a Corsan, pode ser atribuído aos desafios impostos, como processo de liberação das áreas, licenciamento ambiental e inclusive a formação geológica do município, onde o solo rochoso dificulta a implantação das redes. 

De acordo com a assessoria de imprensa da companhia, no contrato, as metas do plano eram ligadas à captação de recursos. A Corsan realizou uma força-tarefa e viabilizou financiamento do governo federal, através do PAC 1 e 2. Entre os R$ 238 milhões anunciados como investimentos do órgão para a Serra Gaúcha no período de 2011 até 2015, a cidade beneficiada com a maior quantidade de recursos será Bento Gonçalves, com cerca de R$ 80 milhões. 

ETE no Barracão

As obras da ETE do Barracão, autorizadas em setembro de 2012, aguardam o Relatório de Vistoria e Diagnóstico Arqueológico encaminhado junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O processo se fez necessário pois há suspeita de que o terreno possa abrigar um sítio arqueológico. A dúvida surgiu após ser identificada a existência de uma taipa – espécie de muro de pedra, comum na época da imigração. 

A ETE do Barracão representa quase 25% do investimento de R$ 26,1 milhões para a implantação do sistema de esgotamento sanitário na bacia, com recursos PAC 1. Parte deste recurso já está sendo utilizada para o assentamento das redes coletoras. Dos 36 quilômetros de rede, apenas 16 quilômetros já estão assentados. 

Buracos x transtornos

Além das exigências em relação ao cumprimento dos prazos na área de saneamento, a prefeitura também cobrou da Corsan providências em relação aos transtornos causados à comunidade por buracos mal fechados que deixam desníveis nas vias públicas. O superintendente-adjunto da Região Nordeste, Lutero Fracasso, explica que a empresa terceiriza os trabalhos para recuperação das vias do município. “Estamos continuamente aprimorando os serviços de repavimentação. Pedimos aos usuários que enfrentam problemas dessa natureza, que reclamem diretamente para a Corsan, para que as providências sejam tomadas imediatamente”, comenta. 

Na última segunda-feira, dia 18, o SERRANOSSA flagrou um acidente ocorrido em virtude desse problema. Um homem ficou ferido após cair da motocicleta que dirigia na rua Pedro Batista Menegotto, no bairro Fátima. Segundo o condutor, o acidente foi provocado por paralelepípedos soltos. Os moradores da região relataram ao SERRANOSSA que a situação persiste há mais de um ano e que pelo menos outros três acidentes foram registrados nos últimos meses, sendo que uma das vítimas era portadora de necessidades especiais. Eles também contam que a prefeitura foi avisada sobre a necessidade de reparos e informou que a responsabilidade seria da Corsan. A companhia chegou a deslocar funcionários para realizar o conserto, mas, segundo um dos moradores, o reparo foi pontual e insuficiente.

Reportagem: Carina Furlanetto


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