Educação financeira, mãos à obra!


 

Parece que o Brasil e a crise econômica convivem em um sólido casamento. Porém, desta vez, um dos grandes motivadores deste cenário é invisível e, pelo menos por enquanto, incontrolável – estamos falando do coronavírus.
Em qualquer crise, o bolso das famílias é o primeiro a sofrer impacto. Ainda mais quando consideramos que o Brasil conta com cerca de 11% de desempregados e 41% de trabalhadores informais, conforme o IBGE.

A lição que podemos tirar desta situação é de que precisamos investir, cada vez mais, em educação financeira, tornando este um tema comum no vocabulário e no dia a dia das pessoas. Conforme dados de uma pesquisa realizada em setembro de 2019, pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), 67% dos brasileiros não sabem poupar, o que é muito preocupante.

Diante disso, vale o questionamento: se, a partir de hoje, você não recebesse seu ganho mensal, por quanto tempo conseguiria manter seu padrão de vida atual?

Pois bem, é hora de tomar as rédeas da sua organização financeira: faça um levantamento de todas as dívidas vencidas e a vencer. Tenha em mãos informações como prazos, taxas de juros e valor de parcelas. Dê preferência para as dívidas essenciais, como água, luz, moradia, educação e alimentação. Na sequência, as dívidas com maior taxa de juros.

Se você já estiver negativado, procure o credor para negociação da dívida. Neste momento, o ideal é manter o equilíbrio e um consenso entre as partes, além de mostrar interesse na regularização do valor devido. 

Além disso, é importante relacionar todos os seus gastos por 30 dias, podendo anotar no seu caderno, fazer uma planilha ou utilizar aplicativos de finanças, como o Organizze, Minhas Economias, Guiabolso, Jimbo, entre outros, todos disponíveis nas plataformas Android e IOS.

Através das anotações, você perceberá que algumas despesas passam despercebidas em seu orçamento mensal, como o pastel e o café da padaria de todos os dias, que, se evitados, geram uma economia ao final do mês.

Também revise os gastos fixos e variáveis. Um exemplo de gasto fixo é a conta do telefone. Muitas vezes pagamos um plano completo, sem ao menos utilizar todos os serviços oferecidos por ele. Outros exemplos de gastos fixos são a água, a luz e as despesas domésticas, que podem ser diminuídas com o apoio de todos da família. Já os gastos variáveis, como despesa com roupas, acessórios e assinaturas de TV, também merecem uma revisão neste período.

Para ajudar nesta missão, é importante levantar os seguintes questionamentos quando pensar em realizar uma compra: “Eu quero? Eu preciso? Eu posso?”. Caso um deles causar dúvidas, aguarde o dia seguinte para a decisão. Aguardar pode fazer você perceber que não era o momento certo de realizar a compra.

Para quem está empregado e ainda não começou a fazer a sua reserva de emergência, o momento é agora! O ideal é separar 10% das receitas mensais para utilizar em situações imprevistas.

No dia 1º de maio, celebramos o trabalho. Sabemos que, para muitos, neste ano, a data não terá uma relação com conquistas. Esperamos que essas dicas auxiliem você no desafio da sua organização financeira.