Educação Infantil: impulso para suprir a demanda

A partir da próxima quarta-feira, dia 1º de outubro, cerca de 85 crianças irão pisar pela primeira vez nas salas da Escola Municipal de Educação Infantil Recanto Alviazul, no bairro São Vendelino. É um dos passos dados pela prefeitura para ampliar a oferta de vagas públicas na Educação Infantil. Neste primeiro momento, a instituição receberá crianças daquele zoneamento que estavam sendo atendidas em outras escolas infantis municipais ou em escolas particulares, com vagas compradas pelo Poder Público. 

Com capacidade para atender até 120 crianças de zero a quatro anos, a escola foi construída dentro do Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância). A obra foi iniciada e também paralisada ainda em 2012, em virtude da crise financeira na prefeitura. Agora, a inauguração oficial está marcada para o dia 8 de outubro, uma semana após o início das atividades.

O município atende atualmente a 1.775 crianças nas escolas infantis próprias e outras 458 com a compra de vagas. Para o próximo ano, mais vagas serão criadas, com duas novas escolas infantis. Nesta semana, foi definida a empresa responsável pelas obras nos loteamentos Santa Fé e Bertolini, e as obras devem iniciar nos próximos meses. Ambas seguem o padrão do Proinfância, com capacidade para 120 crianças cada. O investimento é superior a R$ 1,7 milhão e a previsão, de acordo com a secretária de Educação, Iraci Luchese Vasques, é que as escolas estejam prontas para receber os alunos no final de 2015. 

Com as novas escolas, serão 360 vagas a mais para as crianças no município. “Com base na realidade de hoje, com 300 excedentes, atenderíamos a todos, mas a procura é diária, com novas famílias chegando e com nascimentos de crianças”, explica. Iraci calcula que o município precisaria dispor de cerca de 2.800 vagas na rede pública para atender à demanda atual, com reserva de vagas para comportar novos pedidos. De acordo com a secretária, no início de 2015 o município fará um novo Plano de Ações Articuladas (PAR) e tentará captar mais escolas do Proinfância.

São Roque: aulas em tempo integral já são realidade

Embora sua inauguração oficial esteja marcada apenas para o dia 9 de outubro, desde o dia 1º de setembro a primeira escola de tempo integral do município, no bairro São Roque, já está em funcionamento. “O objetivo é a permanência do aluno na escola, assistindo-o integralmente em suas necessidades básicas e educacionais, proporcionando a eles alternativas de conhecimento no campo social, cultural, tecnológico, esportivo e artístico”, afirma a secretária de Educação, Iraci Luchese Vasques.

O município já oferece atividades de contraturno para seis mil alunos, o que, segundo a secretária, mantém os jovens ocupados com processos educativos, culturais e esportivos, mas não configura tempo integral. “Pretendemos dar continuidade à implantação de escolas de tempo integral, já pensamos em algumas alternativas, mas ainda estão em estudo”, complementa. 

No momento, como projeto-piloto, estão sendo atendidas 39 crianças, do 1º ao 5º ano. De acordo com a diretora, Maria Inês Accorsi, foram selecionados alunos do bairro matriculados em escolas mais distantes. “Alguns estudavam no Vale dos Vinhedos e precisavam sair de casa às 11h para iniciar os estudos apenas às 13h30”, conta. Para o próximo ano, a escola atenderá 350 alunos do 1º ao 9º ano. 

As crianças permanecem 9 horas diárias na instituição, das 8h às 17h. Além do currículo básico, a escola também oferece dança, teatro, artes manuais, projetos ambientais, modalidades poliesportivas, idiomas, jogos matemáticos, literários e orientação à pesquisa. As disciplinas básicas estão distribuídas ao longo do dia, intercaladas com as demais atividades. “O aluno não tem como escolher estudar apenas de manhã ou apenas à tarde”, complementa a diretora. 

Até mesmo o horário do lanche e do almoço conta como parte integrante do currículo. Com acompanhamento do professor, os estudantes aprendem questões como convivência, por exemplo. O período para descanso também está incluído.   

A diretora comenta ainda que as atividades desenvolvidas e alguns conceitos a serem trabalhados foram elaborados com base nas dificuldades elencadas pelas outras escolas, em áreas como leitura, escrita e socialização. Por conta do longo período em que permanecem na escola, as crianças não levam tema para casa. 

A escola adota o sistema de sala ambiente – modelo já implantado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Liette Tesser Pozza, no bairro Fátima. Cada disciplina possui uma sala de aula específica reunindo todo o material didático necessário para desenvolver o conteúdo, com recursos que vão além do quadro de giz. Com exceção do 1º ano, as demais turmas contam com um professor para cada disciplina.


Finlândia

Algumas inspirações para a formatação da escola foram trazidas da Finlândia. De acordo com o supervisor, Luís César Minozzo, que esteve no país por dois meses, embora a realidade brasileira seja diferente, alguns conceitos podem ser aplicados. Na Finlândia, as escolas de Ensino Fundamental são conhecidas como escolas de compreensão, pois é nesta fase que o aluno deve compreender o significado da vida e ser preparado para o mundo. Um dos conceitos adotados foi a pedagogia da inovação. Os professores são desafiados diariamente a buscarem inovações no processo de ensino, que, mesmo simples, possam representar diferença no aprendizado. “Eles estão bastante empolgados”, comemora Minozzo.

Reportagem: Carina Furlanetto


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