“Eles me doaram vida”, diz moradora de Bento sobre doadores de sangue
Na segunda-feira, 14/06, foi comemorado o Dia Mundial do Doador de Sangue. Campanhas em diferentes partes do mundo evidenciam a importância da doação, mas somente quem já precisou dessas bolsinhas tão especiais sabe a verdadeira importância do ato. A moradora de Bento Gonçalves Lauane Cristina dos Santos, de 24 anos, foi diagnosticada no ano passado com Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN), uma doença rara que acomete as células-tronco da medula óssea. A condição faz com que as células do sangue, principalmente os glóbulos vermelhos, sejam destruídas com maior facilidade. O quadro deu origem à anemia aplástica, que se desenvolve como resultado dos danos na medula óssea. “É até pior que câncer, pois somente o transplante [de medula óssea] poderia me curar”, comenta Lauane.
A moradora internou no ano passado no Hospital Tacchini, com sintomas que iam desde fraqueza nas pernas, até hematomas e sangramentos frequentes. “A internação durou quase dois meses, até ser transferida para o Hospital de Clínicas, em Porto Alegre”, conta. Antes do diagnóstico, entretanto, Lauane precisou passar por uma série de transfusões de sangue para se manter viva. “Minha medula estava operando em 3%, ou seja, quase nada. Então eu precisei de muitas doações e não tinha em Caxias [no hemocentro]. Só sei que começou a me bater o desespero. Eu sangrava por tudo. Mandei áudio para o meu marido me despedindo, porque eu achava que, naquele dia, eu iria morrer”, recorda.
Entidades e veículos de comunicação auxiliaram a moradora em uma campanha para doação de sangue, mobilizando dezenas de pessoas para ajudar a salvar sua vida.
Após um ano, o transplante foi finalmente realizado no dia 05/05 e sua nova medula começou a funcionar no dia 21/05. “De uma pessoa que atingia no máximo 10 mil plaquetas e logo baixava, agora estou produzindo 111 mil plaquetas”, comemora. Apesar de estar ainda internada, Lauane afirma que está bem e ansiosa pela alta hospitalar, que deve acontecer em breve. “Talvez uma vez ao mês eu tenha que continuar transfundindo até essa medula acordar por completo”, adianta. “Mas estou muito bem”, ressalta.
Questionada sobre a importância de cada doação de sangue, ela não poupa palavras para dizer que o ato, literalmente, salvou sua vida. “Cada bolsa tinha seis doadores e isso me deu dias de vida. Dias ao lado da minha família. Forças para eu chegar até aqui”, declara. “Essas pessoas me doaram vida”, finaliza.
Os agendamentos para doação de sangue no Hemocentro Regional de Caxias do Sul (Hemocs) podem ser feitos pelo número (54) 3290-4536 ou pelo WhatsApp (54) 98418-8487. Para agendar com o transporte gratuito de Bento, o telefone é (54) 3455-4151.