Em ano atípico, autoridades se viram diante de desafios e aprendizados

Para o Comércio, um ano para ser esquecido. Para alguns setores da Indústria, um ano de desenvolvimento e aumento da competitividade. A pandemia do Coronavírus impactou – e continua impactando – diferentemente os mais diversos setores da sociedade. De um ano com expectativas consolidadas, 2020 se tornou um período de grandes desafios e aprendizados que ficarão marcados para sempre na sociedade. Diante de um ano tão atípico, presidentes de importantes entidades no município e no Estado comentam sobre as vivências de 2020 e os objetivos para 2021 – o qual deverá suprir as expectativas traçadas no início deste ano. 

Diretora Executiva do SEGH, Marcia Ferronato


Foto: Arquivo pessoal

"Após um ano muito duro, seguimos rumo a 2021 esperançosos. Os últimos tempos estão desafiadores.  Os setores da gastronomia, hotelaria, turismo e eventos estão unidos para superar. Cumpriu protocolos, avançou, retrocedeu, gerenciou queda brusca de faturamento e o abre e fecha das empresas, chorou, perdeu a calma, celebrou algumas conquistas e sofreu várias perdas… A pandemia ainda não acabou, seguimos nos adequando na retomada responsável e entrando 2021 com a perspectiva da vacina e focados na realidade presente para superar de portas abertas. Parabéns a cada empresário e equipes do setor que não desistiram. Com certeza a chegada de 2021 será a porta de passagem para dias melhores. Boas Festas!"

Presidente do CIC-BG, Rogério Capoani


Foto: Gilmar Gomes

"Iniciamos o ano com muito planejamento e otimismo, com grande expectativa de atuação por parte do CIC-BG em diversas áreas. Porém, fomos surpreendidos em março pela pandemia – com questões envolvendo interesses políticos, econômicos e, efetivamente, problemas sanitários – o que gerou muita aflição e medo. Aos poucos, contudo, fomos nos envolvendo no processo, fazendo o máximo possível para poder, além de nos adequarmos ao contexto, buscarmos soluções para a comunidade. Portanto, foi um ano de muito aprendizado e crescimento, superando nossas expectativas. Muito disso parte dos incentivos do Governo Federal, alicerçando e mantendo a economia da grande população ativa, e do superaquecimento dos nossos setores, tendo até falta de matéria-prima. Foi um ano que, mesmo com os diversos obstáculos enfrentados, encerramos com otimismo e resultados positivos."

Presidente do Sindilojas-BG, Daniel Amadio


Foto: Divulgação/Sindilojas

"2020 era o ano da recuperação. Com a resolução de muitos problemas na esfera pública, a projeção era positiva, especialmente em relação à economia, em crise desde 2014. Entretanto, veio a pandemia e o resultado foi muito pior do que se imaginava. Todas as datas comemorativas ficaram muito abaixo do esperado. Às vésperas do Natal, a data mais importante para o varejo, se vê um período de restrições para o comércio, o que torna muito difícil a sobrevivência de muitas empresas. Tudo o que havíamos projetado para 2020 esperamos que aconteça em 2021, ou seja, a retomada da economia e, com isso, o equilíbrio em todos os setores. Com a expectativa de uma vacina e seguindo todos os protocolos, precisamos retomar a vida de forma tranquila e segura. Acabar com essa dualidade entre economia e saúde."

Presidente da OAB, Rodrigo Terra de Souza


Foto: Augusto Tomasi

"2020 foi um ano diferente e muito especial. Encontramos e enfrentamos as mais diversas dificuldades. Especial porque essas mesmas dificuldades nos proporcionaram experiências nunca antes vividas, desafios que oportunizaram singular aprendizado, pois convivemos diariamente com as incertezas que nos rodeiam, com os nossos medos, com tantas dúvidas em relação ao nosso maior bem, “a vida”. Uma luta que ainda vem afetando sobremaneira o nosso psicossocial, até mesmo nos cabe dizer que se trata de um “modus vivendi” distante da nossa realidade. Contudo, precisamos cultuar a esperança e viver um 2021 com fé, trabalho, dedicação e criatividade."

Presidente da Uvibra, Deunir Argenta


Foto: Morgane Coloda

"Qualidade, diversidade, novas regiões produtoras, desenvolvimento do enoturismo, mudança de hábitos em razão da pandemia e locavorismo contribuíram para o ganho de competitividade. Tudo isso resultou no aumento das vendas de vinho nacional, trazendo uma dose de ânimo à cadeia produtiva da uva e do vinho, que há tempos vinha amargando queda na comercialização. Com a alta do dólar, os importados ficaram mais caros, fazendo com que o brasileiro olhasse mais para o vinho nacional. Podemos dizer que o brasileiro descobriu o vinho brasileiro. Isso é, também, resultado da profissionalização do setor nos últimos 20 anos. Esperamos que 2021 chegue começando com uma safra de qualidade, permitindo, assim, que as vinícolas possam elaborar vinhos e espumantes diferenciados. Com uma matéria-prima de qualidade, aliada às condições técnicas que as empresas têm hoje e ao profissionalismo de agrônomos e enólogos, temos certeza que seguiremos mantendo a mesma qualidade que conquistou o mundo. Nosso desejo é que os brasileiros sigam fazendo novas descobertas. O Brasil é um continente quando se fala de vinhos. São 26 regiões produtoras em 10 estados, o que permite colocar no mercado rótulos variados, dos mais diversos estilos e preços."

Presidente da AGAS, Antônio Cesa Longo


Foto: Danni Vilar

"Consideramos 2020 um ano de sobrevivência para as empresas. Nos causa muita preocupação que no RS haja mais pessoas recebendo o auxílio-emergencial do Governo do que inscritas em trabalhos formais. Para o setor de supermercados, foi um ano completamente diferente devido às restrições das demais atividades, mas somos solidários aos demais segmentos e temos plena consciência de que o crescimento de nosso setor depende diretamente do desenvolvimento das demais atividades. Sem emprego, sem renda, sem avanço nos demais setores, ninguém comprará em supermercados. Esperamos que a economia reinicie a retomada que já se esboçava antes da pandemia. Será necessário muito trabalho e empenho para reconstruirmos, dentro do que chamamos de novo normal, todos os braços de nossa economia. Esperamos que 2021 traga a vacina definitiva e o fim do Coronavírus, mas sobretudo que tenhamos serenidade para enfrentar o cenário ainda instável que se desenha enquanto esta solução não chegar."

Presidente do Sindmóveis, Vinicius Benini


Foto: Divulgação/Sindmóveis

"Apesar do setor moveleiro ainda não ter recuperado as perdas da pandemia, a produção, as exportações e os empregos retornaram aos níveis pré-pandemia. O Sindmóveis tem boas perspectivas para 2021 e a expectativa é de crescimento de 4% em termos reais no cenário base. Em termos nominais – ou seja, sem descontarmos a inflação e aumento de custos – há uma projeção de crescimento de 9% no faturamento da região de Bento Gonçalves e no estado do Rio Grande do Sul. Alguns dados positivos dão sustentação a nosso otimismo para 2021, como a trajetória de recuperação da atividade econômica nos últimos meses para o comércio e indústria em geral e a previsão de um crescimento de 3,5% do PIB em 2021 e 2,5% em 2022. Tivemos um crescimento nas vendas no último trimestre deste ano que não foi acompanhado pela produção. Há muitos pedidos parados em virtude da falta de matéria-prima e quando eles tiverem andamento, puxarão os índices de produtividade do setor para cima. Além disso, deverá haver recomposição de estoques. O início da vacinação nos países desenvolvidos e possibilidade de vacinação em massa no Brasil podem ser mais um elemento positivo para elevar a confiança, produção e consumo."