Em palestra no CIC, Scussel garante que não concorrerá à reeleição da presidência da Câmara

Por Raquel Konrad

“Tudo que tiver que fazer como presidente da Câmara de Vereadores eu farei no período de dois anos. Não serei presidente reeleito do legislativo municipal”. Essa foi uma das afirmações do vereador Moisés Scussel, durante a palestra-almoço no Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG) nesta segunda-feira, dia 4. De acordo com o parlamentar, vários projetos serão implementados e executados ao longo do um ano e quatro meses de gestão que ainda resta para o encerramento do seu mandato como presidente.

Em sua explanação, Scussel afirmou que, desde que assumiu como líder da Câmara, muitas medidas foram tomadas, especialmente na questão da redução dos custos: turno único, racionalização do uso de viaturas, suspenção de diárias, corte de funções gratificadas, término de locação de salas, limitação de homenagens, entre outras. Segundo dados apresentados pelo parlamentar, os gastos em diárias, por exemplo, passaram de R$ 21.446,15 (de janeiro a julho de 2016) para R$ 3.782,99, no mesmo período em 2017. Em locação de salas, o valor diminui de R$ 31.570,45 para R$ 9.907,00 e os gastos em material de expediente e equipamentos passou de R$ 60.127,35 para R$ 18.363,50. O valor em pessoal, no entanto, teve uma redução menos expressiva: de R$ 4.564,04 milhões, reduziu para R$ 4.283,80 milhões.

Scussel ainda falou sobre os projetos implantados em 2017, como o “Visite a Câmara”, “Vereador Mirim” e o “Parlabento”. Ele afirmou também que a população pode esperar do legislativo um estudo sobre a atual estrutura de pessoal, revisão e atualização da legislação vigente e do regimento interno, código tributário e de posturas e do Plano Diretor, entre outros.

No espaço para as perguntas, porém, empresários não deixaram de fazer suas críticas e apontamentos. Sério Dalla Costa, ex-presidente do CIC, diretor do Sindmóveis e empresário do setor moveleiro, por exemplo, criticou a presença de poucos vereadores na palestra-almoço e que o mesmo acontece em homenagens prestadas pelo Legislativo. “Isso mostra que não há uma coesão e que o trabalho não é coletivo”, apontou. Ele ainda opinou afirmando que a maioria dos vereados legisla para seu eleitorado e não para a comunidade como um todo. “O trabalho do vereador é para o município e não para o partido A ou B e a gente percebe isso claramente nas sessões. Nas audiências públicas, geralmente os vereadores vão embora cinco minutos depois que começa, alegando que têm compromisso, mesmo os assuntos sendo primordiais, que têm que ser debatidos. Outros vereadores apresentam uma série de leis para as quais o município sequer tem orçamento. Se todos fossem aprovados, não teria dinheiro para o básico!”, desabafou o empresário.

Como resposta, Scussel disse que concorda com a maioria das observações, porém afirmou que são 17 vereadores na casa, que cada um representa uma parcela da comunidade e que todos pensam de maneira diferente. “Em um país democrático, temos que respeitar a opinião de todos”.