Emerson Ávila, um técnico de grife

Caberá a Emerson Ávila, 46 anos, a missão de dar continuidade ao trabalho de ascensão no Esportivo iniciado no final de 2011, com Luis Carlos Winck. O técnico mineiro, de Belo Horizonte, foi apresentado nesta semana para comandar o alviazul inicialmente até o término do Gauchão 2014.

No papel, é um nome que empolga. Dos técnicos que já passaram pelo Esportivo, possivelmente poucos chegaram ao clube com currículo semelhante ao de Emerson Ávila. Em 2007, ele foi o comandante da então sensação do futebol brasileiro Ipatinga, que alcançou o vice-campeonato da Série B e surpreendentemente alçou à primeira divisão do futebol nacional. Em 2011, topou o desafio de treinar a Seleção Brasileira Sub-17 e correspondeu, levando a equipe ao título do Sul-Americano.

No Esportivo, terá a incumbência de recomeçar. Ávila engrossou o currículo de “grife” nos seus últimos dois trabalhos, mas não obteve bons resultados em ambos. Entre dezembro de 2012 e janeiro deste ano comandou a Seleção Sub-20 e acabou deixando o cargo bastante criticado pela imprensa do centro do país após eliminação na primeira fase do Sul-Americano, o que não ocorria desde 1971. Poucos dias depois, foi apresentado como novo técnico da equipe Sub-20 do Corinthians, onde permaneceu até o último dia 10, quando foi dispensado após eliminação precoce na Copa do Brasil diante do Criciúma, motivo pelo qual foi antecipada sua apresentação ao Esportivo, inicialmente marcada para novembro. Mesmo antes da demissão, portanto, o técnico já havia aceitado o convite do alviazul, com o objetivo, sobretudo, de voltar ao futebol profissional. “Trabalhar no Esportivo representa muito para mim não só pela possibilidade de voltar ao futebol profissional, mas também pela experiência de trabalhar em um novo centro do futebol brasileiro”, disse.

Cara de futebol gaúcho, mas com tempero mineiro

Com a chegada do novo técnico, o Esportivo começará a intensificar a busca por jogadores. O perfil de grupo pretendido por Emerson Ávila, que terá sua primeira experiência no Rio Grande do Sul, indica o desafio pessoal de adaptar-se ao futebol gaúcho, mas sem olvidar a escola mineira. “Não podemos esquecer de maneira alguma o que vem sendo feito aqui no Sul, vamos impor uma situação de jogo que vá de encontro ao que se espera no futebol gaúcho, mas com algumas questões de Minas. O principal, no entanto, é formarmos um time competitivo, com jogadores de qualidade, que não sejam lentos e de pouca intensidade, mas rápidos e que competem o tempo todo. Pode ser um time que não encha os olhos, mas vai brigar o tempo inteiro”, disse, durante a coletiva de apresentação.

O objetivo é trabalhar com um grupo de 26 a 30 atletas. A direção já externou desejo de contar com alguns jogadores que se destacaram no Gauchão deste ano, entre os quais, os zagueiros Ediglê e Victor, o lateral direito Erick e o volante Fábio Oliveira. A pré-temporada está prevista para iniciar no final de novembro.

Trunfo fora de campo

O Esportivo confia no gabarito de Emerson Ávila para novamente ser uma equipe competitiva no Gauchão, porém, mais do que isso, acredita que o treinador pode ser importante para o clube também fora das quatro linhas.

Antes de anunciar os primeiros nomes do elenco para o Campeonato Gaúcho 2014, o alviazul deverá confirmar os primeiros parceiros. Já há negociações adiantadas com grandes clubes do futebol nacional, entre os quais, especula-se seis equipes: Vasco da Gama, Flamengo, Fluminense, Coritiba, Cruzeiro e São Paulo. Com influência no futebol nacional, Ávila será um dos trunfos para facilitar as tratativas. A pretensão da direção é que pelo menos 50% do plantel seja formado por atletas oriundos de parcerias.

Currículo

Emerson Rodrigues Ávila, 46 anos. Belo Horizonte (MG)

Clubes: Cruzeiro, Ipatinga, Grêmio Barueri, Boavista, Nacional-MG, Seleção Brasileira Sub-17, Seleção Brasileira Sub-20 e Corinthians Sub-20.

Principais conquistas: Vice-campeão brasileiro da Série B 2007 (Ipatinga), campeão do interior de São Paulo em 2008 (Barueri) e campeão sul-americano Sub-17 (Seleção Brasileira).

 

Reportagem: João Paulo Mileski


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