Empreendedores inovam nesta Páscoa para driblar as dificuldades impostas pela pandemia

Comércios fechados, recomendação de isolamento social e uma crise econômica que afeta diversos setores da sociedade. Esse é o cenário que marcará a Páscoa deste ano, devido à pandemia do novo Coronavírus. Entretanto, alguns empreendedores da região mostram que a inovação e a adaptação em tempos caóticos sempre é a melhor solução para minimizar prejuízos. Na opinião do empresário Luiz Rogério Rodrigues, proprietário de uma franquia da Cacau Show, essas foram as palavras-chaves para empresas que têm a Páscoa como carro-chefe de vendas. 


 

Ele conta que apostou no delivery depois do fechamento físico da loja, obrigatório por decreto. A empresa já contava com uma loja virtual e vendas pelo aplicativo, então a adaptação foi tranquila. “Claro que a realidade de vendas seria diferente se não houvesse a pandemia, mas a gente está conseguindo bater de 70% a 80% da meta, o que é um resultado positivo diante do momento difícil que estamos vivendo”, estima. 

Algumas lojas da rede puderam abrir as portas nesta semana, por se enquadrarem no que os respectivos decretos municipais determinam como empresas do ramo alimentício. Neste caso, os cuidados com higiene do ambiente e a preocupação em evitar a aglomeração de pessoas foram redobrados. “Estamos atendendo somente duas pessoas por vez, todos os colaboradores usam máscaras e luvas. Assim que o cliente entra, é convidado a higienizar as mãos com álcool gel. A higienização do ambiente também é feita constantemente”, detalha o empresário. 

Para a confeiteira Viviane Stoll, de Bento Gonçalves, as mudanças impulsionadas pela pandemia surtiram efeitos positivos nas vendas. Em relação ao ano passado, houve um aumento de 35% na produção dos ovos de colher, saltando para 270 pedidos nesta Páscoa. “Houve diferença de clientela. Muitas pessoas que não compraram nos anos anteriores, neste ano fizeram pedidos”, revela. Mas para auxiliar os clientes que também estão com dificuldades financeiras, ou que estão redobrando os cuidados para evitar o contágio, neste ano Viviane adquiriu uma máquina de cartão e caprichou ainda mais na confecção de seus doces. “As pessoas pensam mais em estar e comer em família neste ano. Menos presentes desnecessários. E a comida, quando feita com amor, aquece o coração. A felicidade em partilhar em família um ovo de colher traz sentimentos de ternura e fraternidade”, analisa. 


 

Na Casa Rosa Brigaderia Gourmet, comandada pela confeiteira Marina Teles, investir em novos sabores foi uma das soluções encontradas para o momento. “Neste ano estamos trazendo novidades. Um recheio de creme de chocolate branco e o caramelo com flor de sal com cobertura de Sucrilhos. O ovo fechado embalado em um tecido lindo e recheado com balinhas de brigadeiro. Além disso, o brownie e o bolo de cenoura temático como opção de sobremesa tem tido boa procura, além de várias opções de sabores de ovos de colher”, conta. 

Mesmo assim, Marina revela que reduziu em 30% sua oferta, já prevendo uma baixa no movimento e buscando garantir todos os cuidados necessários na hora da entrega. Neste ano, serão 120 ovos entregues. “Ao contrário do que eu esperava, a procura está ótima. As pessoas estão optando por quem faz entrega para evitar ir a mercados, por exemplo. Com as novas determinações, sentiremos mais na questão de eventos que foram transferidos. Temos que nos reinventar com essa nova situação, mas acredito que vamos superar com criatividade e muito amor”, declara. 


 

Na opinião da confeiteira, mais do que uma forma de presentear pessoas especiais nesta Páscoa, o chocolate está sendo um meio de aliviar as tensões enfrentadas pela maioria das famílias. “O momento que estamos vivendo nos faz parar, pensar, refletir e, principalmente, buscar dentro de nossas casas algo para nos entreter, que nos aproxime daqueles que estão confinados e muito disso se deu através da cozinha, no preparo de um prato, de uma sobremesa. O chocolate, como para a maioria das pessoas, me traz afago, acaricia a alma. Tem esse poder. Foi pelas minhas memórias afetivas que iniciei na confeitaria e sou muito feliz hoje por proporcionar isso aos meus clientes, principalmente neste momento tão difícil”, finaliza. 

Fotos: Arquivo Pessoal/Arquivo Pessoal/José Estefanon