Empresários de Bento reivindicam readequação do trevo do Santa Rita
Há 13 anos, o empresário Nelson Vebber se envolveu em um grave acidente no km 218 da BR-470, na época rodovia estadual, no trecho conhecido como trevo do bairro Santa Rita.
Mais de uma década depois, a situação do trecho continua a mesma. Conforme dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), mais de 70 acidentes foram registrados entre os quilômetros 218 e 219 da BR desde 2017, 25 apenas neste ano. Apesar de não se ter o dado de quantos foram registrados especificamente no trevo, o chefe da Delegacia da PRF de Bento, Romulo Gomes, afirma que boa parte dos acidentes aconteceram exatamente no trevo do Santa Rita. “É muito comum ter acidentes ali, principalmente com danos materiais”, revela.
De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a estimativa é que, atualmente, 30 mil veículos transitem pelo local diariamente. Com um grande fluxo de veículos de grande porte, como caminhões e ônibus, o tráfego no local acaba sendo um problema diário para quem precisa cruzar a rodovia todos os dias. Com a ampliação da empresa M. Dias Branco, nos últimos anos o fluxo no trecho aumentou ainda mais. “O principal motivo de acidentes no local é a falta de estrutura. Não tem definições. É uma coisa aberta, entra carro de tudo que é jeito, não tem uma orientação”, analisa Vebber.
Fotos: Divulgação
Motoristas em risco
De acordo com o empresário Judenor Marchioro, apenas em sua empresa, localizada nos arredores do trevo, há 140 funcionários que precisam passar pelo trecho para voltar às suas casas. “Nos horários de pico juntam os funcionários de todas as empresas, que saem com pressa e chegam a ficar até 10 minutos parados para conseguir cruzar a BR”, comenta.
Segundo Judenor, diversos acidentes envolvendo, inclusive, funcionários da sua empresa já ocorreram no local. “Estamos diante de riscos iminentes de acidentes e mortes aqui”, alerta.
Na opinião do empresário Nelson Vebber, o cruzamento deveria ser proibido no local. “Hoje eu não cruzo mais ali. Eu desço pelo mesmo caminho, mas aí vou até a Polícia Rodoviária Federal, faço o balão e sigo pela BR”, comenta.
Foto: Eduarda Bucco
Projeto de readequação
Um projeto de readequação da rótula já chegou a ser elaborado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). A ideia é modificar a característica da estrutura para uma rotatória fechada. De acordo com o próprio DNIT, a solução é tecnicamente viável, e já está inserida no Lote 3 do Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental (EVTEA) da rodovia BR-470/RS. O projeto deverá integrar o escopo da contratação do projeto de duplicação da BR-470, “a ser futuramente licitado (sem data prevista, no momento)”.
Diante da falta de previsão para melhoria do trevo, um grupo de empresários do município se reuniu para reivindicar uma solução mais rápida por parte do governo federal. O grupo criou um abaixo-assinado para mostrar ao DNIT a importância da obra para a região, o qual deverá ser entregue juntamente a documentos, fotografias e vídeos que comprovam os perigos e os inconvenientes do trecho. “Já conversamos com o responsável pelo DNIT e nos foi passado que a realização do projeto depende de uma emenda parlamentar. Então queremos juntar todas essas informações para mobilizar [os representantes federais]. Não é uma forma de protesto, e sim de mobilização. Não vamos deixar morrer ninguém”, afirma o empresário Judenor Marchioro.
O objetivo é conseguir algumas centenas de assinaturas para complementar o pleito em prol da readequação do trevo. Até esta semana, quase 500 pessoas haviam aderido ao abaixo-assinado. “Queremos lançar isso nas mãos de algum parlamentar federal para que se possa conseguir uma emenda parlamentar e essa verba vir através disso. Se nós conseguirmos, certamente o DNIT irá agir rapidamente. Então quanto mais robusta a solicitação estiver, melhor. Já tivemos mobilização de entidades e do Poder Público de Bento, mas a adesão ainda está baixa, precisamos de mais assinaturas”, convida. “Isso não é uma demanda pelas nossas empresas, e sim uma questão por Bento Gonçalves”, finaliza o empresário.
Assine o abaixo-assinado clicando aqui.