Encontros para reeducar agressores
O grande número de processos e, principalmente, a reincidência em alguns tipos de crimes têm se tornado uma das principais preocupações do Poder Judiciário e do Ministério Público. Uma articulação entre os dois órgãos – através do promotor Gílson Borguedulff Medeiros e do juiz Rudolf Carlos Reitz – tem proporcionado uma segunda chance a agressores e a motoristas que infringem normas de trânsito. A participação nos chamados grupos reflexivos é uma alternativa à suspensão do processo. A iniciativa acontece em Bento Gonçalves desde 2011.
Um dos grupos em atividade no momento é que aborda a Violência na Contemporaneidade. Os encontros acontecem às segundas-feiras, no Fórum de Bento Gonçalves, e têm duração de dois meses. Os participantes são encaminhados pelo Judiciário. “Buscamos promover a sensibilização e a responsabilização pelos atos cometidos, oportunizando um diálogo sobre as situações de violência construídas e reforçadas na sociedade contemporânea”, explica a psicóloga e coordenadora do grupo, Graciele Nondillo, que atua no Centro de Referência à Mulher em Situação de Violência (Revivi).
Os grupos são formados por 12 pessoas que passam, inicialmente por uma entrevista individual a fim de avaliar se estão aptas a participarem do projeto. A cada ano, cinco turmas são formadas. “O grupo operativo promove esclarecimento, comunicação e a resolução de tarefas. Quando os sujeitos se envolvem com a problemática do outro, existe a possibilidade da criação de um novo esquema referencial e, consequentemente, de novas aprendizagens. Sempre que um grupo inicia, é evidente o aparecimento de resistências que, no decorrer dos encontros, quando outras formas de pensar circulam, se transformam em feedbacks positivos”, avalia Graciele. Entre os assuntos debatidos nas reuniões estão as formas de viver e conviver e como a violência está implícita no cotidiano de cada participante.
Em 2013, a medida alternativa foi oferecida para autores de lesão corporal leve, ameaça, contravenção penal, crime contra a administração pública e periclitação da vida e da saúde. O projeto conta com apoio da prefeitura, Polícia Civil, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas (Caps AD) e entidades privadas.
Reportagem: Katiane Cardoso
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