Entidades empresariais de Bento pedem fim de medidas restritivas em carta ao governador do RS

Em carta aberta enviada ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, na terça-feira, 09/03, entidades empresariais de Bento Gonçalves manifestaram sua contrariedade em relação às medidas restritivas de funcionamentos das atividades. Conforme as entidades, a prorrogação da bandeira preta no Rio Grande do Sul até o dia 21/03, o endurecimento das medidas restritivas e a imposição de penalidades para quem não cumprir as determinações firmadas pelo governado do Estado “colocam os setores econômicos dos municípios sob a pressão de um cenário extremo. A atuação restritiva no modelo de Distanciamento Controlado, aliada a decretos que suspendem as atividades, têm imposto severas dificuldades num cenário que já era de lenta recuperação. Hoje, o desenho é de um cenário insustentável”, declaram. O documento é assinado pelo Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG), Bento Convention Bureau, Câmara de Dirigentes Lojistas de Bento Gonçalves (CDL-BG), SEGH Região Uva e Vinho, o Sindilojas Regional Bento, Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul – MOVERGS e pelo Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves – Sindmóveis. 

Além de demonstrar insatisfação em relação às medidas adotadas, as entidades afirmam que estão empenhadas em evitar um definitivo “lockdown”, prática ainda mais restritiva do que o atual contexto, “uma vez que prevê o fechamento de todos os setores e que já está sendo ventilada para ser adotada no Estado”. As entidades “defendem a manutenção das atividades econômicas de forma responsável, pois entendem que os setores cumprem e oferecem cuidados a trabalhadores e clientes, respeitando e adotando todas os protocolos sanitários”. 

Ainda conforme as instituições, o lockdown significaria uma agravamento da crise, tendo em vista a falta de infraestrutura social e econômica do Brasil, “acarretando ao fechamento de empresas e ao aumento do desemprego, deixando milhares de famílias sem renda”. 

As entidades também analisam que as imposições ferem o direito de ir e vir do gaúcho, “o seu poder de escolha e, especificamente, o direito de trabalhar, no caso daqueles que atuam com o comércio de bens e prestação de serviços arbitrariamente qualificados como não-essenciais em uma visão distorcida do Governo”. 

A solução apontada pelo grupo seria o cumprimento dos protocolos de segurança, além do “diagnóstico e do tratamento imediatos”. 

“O cenário atual exige responsabilidade de todos, da sociedade, principalmente no cumprimento dos protocolos sanitários, e dos governos municipal, estadual e federal, que precisam ampliar equipes de saúde e leitos hospitalares e investir em vacinação, além de prorrogar impostos e facilitar o acesso ao crédito. Outrossim, as entidades que assinam esse documento entendem como necessária a volta da cogestão no modelo de Distanciamento Controlado, pois entendem que podem realizar a tangível leitura do cenário regional a partir de suas realidades locais. Essa ferramenta compartilhada de gestão tem se mostrado eficaz no combate à pandemia e na manutenção das atividades econômicas, oportunizando renda, dignidade e preservação de vidas”, afirmam.