Há mais de sete meses à espera de recuperação, o trecho da ERS-431 próximo ao quilômetro 13,5 – que sofreu um grande deslizamento no final de novembro de 2013 – não será entregue no primeiro semestre. Nesta sexta-feira, dia 6, a Concresul, empresa responsável pela obra, apresentará aos técnicos do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) mudanças no projeto original, provavelmente com alterações na execução dos serviços de drenagem, que são a próxima etapa dos trabalhos.
Por enquanto, ainda é feita a operação de preenchimento da parte inferior à pista com rochas. Para reconstrução da base da rodovia, serão necessários pelo menos 10 mil metros cúbicos do material. Na sequência, vêm justamente os pontos de drenagem, que inicialmente seriam feitos tendo a areia como principal filtro, mas podem ser revisados. “Ainda não sabemos qual é o tipo de dreno que vai ser utilizado. A ideia inicial era a areia, mas foi levantada a possibilidade de se usar uma capa drenante, por exemplo. É isso que a empresa vai nos indicar”, explica o engenheiro Marcos Antônio de Oliveira Ferreira, fiscal do Daer.
A parte de colocação das pedras deve se prolongar somente até o começo da próxima semana. Depois de definida, a implantação do sistema de drenos deve ser a fase mais lenta, dependendo do modelo a ser adotado. A última parte, a da reconstituição do pavimento, apesar de rápida, pode ser prejudicada pelo mau tempo. “É difícil estabelecer um prazo, em função dessas questões que vamos definir. Mas, a partir de agora, um mês seria o mínimo, se tudo corresse bem”, completa Ferreira.
As obras na estrada, ao custo de R$ 1,3 milhão, iniciaram somente em 8 de abril, após exatos 137 dias do deslizamento, com remoção de escombros e a terraplenagem no local. Na época, a promessa era de que a liberação do trecho se daria em até 45 dias, ou seja, antes do final de maio, o que não ocorreu. Na segunda-feira, 2, o ponto da ERS-431 que passa por recuperação foi vistoriado pelo secretário estadual de Infraestrutura e Logística, João Victor Domingues, que ainda não apresentou na região a “solução por inteiro” prometida em pelo menos duas ocasiões para a rodovia, que tem áreas de chão batido e uma ponte sem as cabeceiras.
Bloqueio
Apesar da interdição desde o dia do acidente, a ERS-431 não deixou de ter fluxo de veículos em vários momentos, principalmente de usuários constantes do trecho, que, cansados de esperar uma solução por parte do governo do Estado, removeram sinalizações e improvisaram passagens, inclusive pelos trilhos paralelos à pista. No dia 24 de março, um acidente envolveu um Celta com placas de Caxias do Sul. O condutor vinha de Passo Fundo, passou pelo local por volta das 18h50 e, ao se deparar com a cratera, não teve tempo de frear e capotou. Consultado pelo SERRANOSSA, um corretor de seguros alertou que, como a condição da rodovia era de conhecimento público e que a cedência da pista e a interdição haviam sido amplamente divulgadas pela imprensa no Estado, as apólices não cobririam eventuais danos a automóveis que transpusessem o bloqueio.
Reportagem: Jorge Bronzato Jr.
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