ERS-431: promessa de conclusão é 25 de fevereiro
O começo da prometida “solução por inteiro” para a situação da ERS-431, que se agravou ainda mais após um grande deslizamento no final de novembro, não veio nos 30 dias inicialmente anunciados pelo governo do Estado. A justificativa para o atraso, apresentada pessoalmente pelo secretário de Infraestrutura e Logística, João Victor Domingues, que esteve em Bento Gonçalves na manhã da última terça-feira, 14, foi a dificuldade de contratar uma empresa para realizar a sondagem do terreno em que a encosta cedeu, provocando a interdição da estrada.
Agora, com a empresa contratada e a previsão de que o serviço seja executado em 10 dias, Domingues garantiu que há condições de liberar a pista para o tráfego até 25 de fevereiro. Na reunião realizada na Câmara de Vereadores, o secretário ouviu apelos de prefeitos, líderes empresariais e representantes das comunidades da região que sentem os prejuízos do bloqueio da rodovia. “É melhor eu estar aqui recebendo estas críticas do que não vir. Sabemos que é uma situação preocupante, mas estamos tentando agilizar as coisas o máximo possível. O que posso dizer é que vamos trabalhar como uma obra definitiva de verdade”, afirma.
A sondagem indicará a localização das rochas que estão na base da rodovia, para dar início às obras de recomposição do asfalto. Segundo o diretor-geral do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), Carlos Eduardo de Campos Vieira – que acompanhou Domingues e, após o encontro, foi ao local do incidente – esse é o único indicador que o órgão ainda espera para iniciar a recuperação da via. “Nós temos o restante do projeto pronto, mas dependemos dessa informação”, destaca.
Mesmo assim, nem Domingues e nem Vieira foram específicos quanto às demais intervenções, em outros trechos da estrada, que há anos esperam pela camada asfáltica, e tampouco garantiu rapidez para a construção das cabeceiras da ponte sobre o arroio Santa Bárbara, outra promessa do Estado. Na primeira vinda a Bento, logo após o deslizamento, o titular da Seinfra havia mencionado ações em pelo menos 12 quilômetros, um pacote que custaria em torno de R$ 12 milhões. O secretário prometeu retornar em fevereiro à Serra para vistoriar as obras.
Safra da uva
Os problemas de escoamento da safra da uva, produto que mobiliza a economia de diversas cidades serranas, também foram levantados durante a reunião de trabalho com o secretário estadual. O assunto, entretanto, despertou opiniões divergentes: em meio à opinião quase geral de que as obras na ERS-431 devem iniciar imediatamente, brotaram manifestações favoráveis a medidas paliativas que não afetassem o transporte das cargas de uva – os trabalhos definitivos viriam, então, depois da metade de fevereiro.
O Daer se comprometeu a avaliar estradas secundárias e, se necessário, estabelecer convênios com prefeituras para executar melhorias nos trechos que podem servir de desvio, praticamente descartando retardar o começo da recuperação em função da vindima. Contudo, nem todos os chefes de Executivo demonstram otimismo na utilização de rotas alternativas. “Monte Belo e Santa Tereza não têm condições de receber a safra”, argumenta o prefeito de Dois Lajeados, Valnei Cover.
Reportagem: Jorge Bronzato Jr.
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