Escoliose: uma doença silenciosa

Uma bento-gonçalvense de 14 anos sentiu na pele os efeitos de uma doença perigosa, a escoliose. Comum em adolescentes do sexo feminino, a síndrome é caracterizada pelo curvamento da coluna vertebral e pode trazer graves consequências para a saúde. Amanda Missio descobriu o problema involuntariamente, quando fazia uma avaliação para frequentar uma academia.

A escoliose é um encurvamento da coluna vertebral, podendo ser no meio – formando a chamada corcunda – ou nos lados, o que torna um ombro mais caído que o outro. Três causas são conhecidas: congênita (de nascença), neuromuscular (fraqueza muscular ou paralisia) e idiopática (quando não se sabe o motivo). Dependendo do grau de inclinação, a única solução é a intervenção cirúrgica. Além dos fatores genéticos, a má postura também contribui para o surgimento da doença.

Um ombro mais alto do que o outro ou a pélvis com a aparência de estar inclinada são sinais de escoliose, mas esses sintomas podem ser verificados apenas quando a doença está mais avançada. “A escoliose pode aparecer em qualquer idade. Temos que estar atentos, principalmente no período da adolescência, pois o desenvolvimento da estrutura óssea e muscular evidencia esse desvio”, explica o ortopedista Aldemar Roberto Mieres Rios. E foi nessa fase que a estudante Amanda Missio, hoje com 14 anos de idade, descobriu a síndrome. “Quando fui fazer avaliação em uma academia, a professora percebeu e me orientou a procurar um médico. Tendo sido constatado que estava com escoliose lombar e cervical, com curvatura de 50 graus”, descreve.

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No caso da jovem, a escoliose foi decorrente do crescimento muito rápido, o que acabou comprometendo o desenvolvimento da musculatura e provocando a curvatura da coluna. “A progressão da escoliose pode ocasionar problemas de insuficiência respiratória e cardíaca, pois o pulmão e o coração são comprimidos pela diminuição do tórax”, explica Rios. Ainda de acordo com o especialista, “a coluna é prejudicada pelo desgaste precoce dos discos intervertebrais, causando hérnias e outras complicações no futuro, além dos problemas estéticos”, detalha.

O tratamento é realizado conforme o estado da doença. Os casos em que a curvatura varia de 10 a 25 graus precisam de acompanhamento clínico para evitar que piorem. Até 45 graus, o indicado é a utilização de um colete. Pessoas que possuem curvatura acima deste índice devem ser submetidas à cirurgia. Foi o caso de Amanda, que precisou da intervenção por não se adaptar ao uso do colete. “Quando operei, estava com 78 graus. Já estava bem saliente a curvatura e sentia dores nas costas ao caminhar. Se não fizesse a operação, a coluna iria comprimir meus pulmões”, relata. O procedimento cirúrgico da jovem durou cerca de 12 horas e obrigou a colocação de 26 parafusos e duas hastes. “É muito difícil prevenir a escoliose. O ideal é fazermos um diagnóstico precoce, evitando futuras deformidades graves, que são de complicado tratamento. O olhar de professores, da família e das pessoas próximas ao paciente nunca será demais para evitar esse problema tão comum e tão grave”, alerta o médico.

Hoje, após quase sete meses da cirurgia, a jovem tem algumas restrições, como não carregar peso, praticar exercícios físicos que não tenham impacto e evitar forçar a coluna. “Depois da cirurgia, cresci oito centímetros e hoje estou bem melhor, sem as dores que sentia nas costas”, comemora Amanda. A jovem consulta um ortopedista a cada seis meses e submete-se a exames de raio-X para avaliação.

Três causas para a escoliose

*Congênita (de nascença): decorre de um problema com a formação dos ossos da coluna vertebral (vértebras) ou fusão de costelas durante o desenvolvimento do feto ou do recém-nascido;

*Neuromuscular: é causada por problemas como fraqueza muscular ou do controle precário dos músculos. Pode ser decorrente de doenças como paralisia cerebral, distrofia muscular, espinha bífida e poliomielite;

*Idiopática: não possui causa conhecida, sendo o tipo mais comum em adolescentes.

 
Como descobrir se tem escoliose?

Existe um teste simples que pode ser feito: coloque a criança em pé, com os braços ao longo do corpo e os pés em posição natural. A criança deve inclinar o corpo para frente e verifica-se se há um lado mais alto que o outro no tronco. Além disso, um ombro mais alto que o outro, um lado do quadril mais elevado ou mais para frente ou uma calça comprida que parece nunca ter o mesmo comprimento nas duas pernas, são sinais de que a coluna pode não estar na posição correta. Se houver desconfiança, o indicado é procurar um médico especialista tão logo quanto possível.

 
Reportagem: Katiane Cardoso

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