Especial dependência química

Depois de uma série de reivindicações e da constatação da necessidade de um local especializado para o tratamento de pessoas dependentes químicas, Bento Gonçalves começa a perceber os primeiros resultados da união de esforços. A criação do Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas (Caps-ad) e a finalização da estrutura da Comunidade Terapêutica Rural de Bento Gonçalves garantiram assistência a uma parcela da população que cresce dia após dia. Na reportagem especial desta semana, o SERRANOSSA conta três histórias de pessoas que se tornaram dependentes, como  tiveram o primeiro contato com as drogas, as dificuldades e benefícios dos tratamentos e detalhes da luta contra os vícios e contra os próprios fantasmas.

Dos três entrevistados, dois são graduados, ou seja, já terminaram o tratamento, e um ainda permanece internado. Em seus depoimentos é possível verificar características comuns a todos, como o abuso de álcool e a primeira experiência com pouca idade, situações que preocupam especialistas no assunto. “O início normalmente se dá com drogas lícitas e, obviamente, mais toleradas. O uso, normalmente, acontece muito precoce, na infância ou na adolescência. O sistema nervoso central imaturo faz com que eles sejam mais suscetíveis a comportamentos de risco e posterior dependência”, conta o coordenador técnico da Comunidade Terapêutica Rural e médico psiquiatra Deivid Francioni dos Santos.

Todo encaminhamento para tratamento na Comunidade é realizado através do Caps-ad, onde dependentes químicos recebem atendimento médico, psicológico, clínico, de enfermagem e serviço social. Em média, a internação dura nove meses e é destinada exclusivamente para homens, maiores de 18 anos, moradores de Bento Gonçalves. Todo o tratamento é feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sem custo para o paciente ou sua família.

Nas próximas páginas você confere a história desses ex-dependentes, que hoje buscam nos ensinamentos aprendidos na Comunidade força para se manterem longe dos vícios dia após dia. Todos os entrevistados, por vontade própria, estavam com o boné ou camiseta da Comunidade, para representar a honra que sentem em ter se recuperado graças aos trabalhos lá realizados.

Confira os depoimentos:

“Cheguei a beber acetona”
“Do álcool ao crack”
“A virada, 53 anos depois”


Reportagem: Katiane Cardoso

Siga o SerraNossa!

Twitter: http://www.twitter.com/serranossa

Facebook: Grupo SerraNossa