Esportivo: a hora e a vez do torcedor

Na estreia do quadrangular final da Série A2, fora de casa, contra o Passo Fundo, o Esportivo empatou em 2 a 2. Cerca de 8.500 pessoas assistiram ao jogo. No último final de semana, o alviazul venceu o UniãoFrederiquense em Frederico Westphalen sob os olhares de pelo menos 6.000 torcedores. O mesmo volume de público não é registrado em Bento Gonçalves desde o dia 2 de fevereiro de 2010, quando o Internacional venceu o time então comandado pelo técnico Paulo Turra por 2 a 1. Mesmo assim, a maioria dos presentes vestia vermelho e branco. 

Em sua última partida dentro de casa, na qual venceu o Guarany de Camaquã por 1 a 0, o Esportivo registrou o recorde de público, levando em conta os jogos realizados nos últimos dois anos. Cerca de 1.800 pessoas assistiram ao confronto. Mesmo assim, somados todos os jogos, a média de público ainda não passa de mil pessoas. Para elevar essa média, dar motivação e apoio aos jogadores e ainda injetar alguma verba nos cofres vazios do clube, a diretoria do Esportivo espera pelo menos 4.000 pessoas neste final de semana.

Ônibus, carreata e Parada alviazul

De acordo com o presidente do clube, LuisOselame, várias ações estão sendo planejadas para as horas que antecedem o confronto antes da partida contra o UniãoFrederiquense, marcada para as 20h30 deste sábado, dia 14. A primeira é a 10ª edição da “Parada Alviazul”. Na manhã do dia do jogo, o clube montará um espaço para comercializar os materiais oficiais do clube, além de ingressos para a partida. Também será sorteada uma camisa oficial do alviazul entre os torcedores.

À tarde, a partir das 14h, haverá concentração de torcedores na Alameda Fenavinho para uma carreata. A intenção é passar pelas principais ruas da cidade para convocar a comunidade a assistir à partida que pode carimbar o retorno do alviazul para a elite do futebol gaúcho. Além disso, 30 minutos antes do início da disputa, será disponibilizado ônibus gratuito para a torcida. Ele sairá da frente da igreja Santo Antônio, no Centro. “São ações para mobilizarmos a comunidade. O Esportivo precisa de renda nos jogos, mas acima disso, precisa de público, precisa de identificação com Bento Gonçalves. Em algum momento da nossa história, perdemos isso. Estamos aos poucos retomando o orgulho e boa parte desse trabalho passa pelos resultados dentro de campo”, avalia Oselame.

Fora de Bento: poucos, porém fiéis

Se em Bento Gonçalves a presença de torcedores do Esportivo não é assim tão comum quanto o clube desejaria, imagine fora do município. Porém, a distância parece aumentar o amor pelo alviazul. O SERRANOSSA encontrou dois exemplos típicos de torcedores que moram longe e cometem loucuras para ver o time de Bento Gonçalves em campo.

O primeiro é o porto-alegrense Bruno Reinoldi, de 20 anos. Ele nunca morou na Serra Gaúcha, mas influenciados pelo pai, Éder Carpes, ele e o irmão, Felipe Reinoldi, de 9 anos, acompanharam boa parte dos jogos do alviazul na Série A2. “É uma paixão que vem de berço. Meu pai nasceu em Bento e meu avô o ensinou a gostar do time. O primeiro jogo dele foi aos 7 anos, em 1968. Quando eu tinha 5 anos, meu pai me levou a um jogo no velho Estádio da Montanha. A partir daí, não parei mais. Não torço para Grêmio, nem para Inter. Sou Esportivo desde pequeno”, enfatiza.

Além das partidas em Bento Gonçalves, Reinoldi foi com o pai a jogos em Camaquã, Vacaria e Sapucaia do Sul. Na última, inclusive, faltou ao trabalho para acompanhar o jogo, já que a partida contra o Guarany foi realizada em uma quarta-feira à tarde, devido à falta de iluminação no estádio. “Vamos a Camaquã novamente na quarta-feira que vem. Se subirmos, estamos prontos para invadir o campo e fazer a festa junto com os jogadores”, prevê.

Já Lucas Boscardin, 24 anos, é bento-gonçalvense. Passou a infância e a adolescência na cidade e foi um dos fundadores da torcida organizada ‘Fúria Alviazul’, da qual o porto-alegrense Bruno também faz parte. Ao concluir o Ensino Médio, Lucas passou um período na Itália e, quando retornou, foi morar em Balneário Camboriú (SC). Mesmo assim, segue ajudando o clube de longe, com ideias de marketing e atualizações da fanpage do alviazul no Facebook.

Boscardin esteve presente na estreia do Esportivo no campeonato, um empate em 0 a 0 contra o Brasil de Farroupilha, no Estádio das Castanheiras. Agora, ele pediu férias do trabalho para acompanhar o clube do coração na reta final do campeonato. Hospedado na casa de um amigo, ele irá aos três jogos restantes do alviazul até o final do quadrangular final. “É uma paixão que não tem explicação. Quero jogar a Série D, a C e depois a B do Brasileirão e quem sabe ser campeão Gaúcho. Quem é torcedor de verdade não desiste nunca”, descreve o torcedor otimista.

Reportagem: Alexandre Brusa

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