Esportivo: pela continuidade, Oselame fica

Respaldado por uma primeira gestão marcada por dois anos de ascendência do clube dentro de campo, Luis Oselame decidiu ficar. Ele será reempossado na próxima terça-feira, dia 12, e continuará à frente da diretoria executiva pelas próximas duas temporadas.

A decisão de Oselame foge à regra se considerado o histórico de presidentes nos quase 100 anos do alviazul. O mais recente mandatário a permanecer por quatro temporadas consecutivas foi Décio Dupont (2002/2005). Antes dele, o último a ocupar o cargo por quatro anos ou mais havia sido Ludovico Giovanini, na longínqua década de 40 (1942/1946). De lá para cá, o clube viveu altos e baixos e chegou até mesmo a ameaçar fechar as portas por consequência da falta de voluntários para assumir a presidência.

Em seus dois primeiros anos de gestão, Oselame viveu os dois lados. Passou de torcedor de alambrado, daqueles que passavam os 90 minutos no limite entre a grade e o campo, com o radinho no ouvido, a presidente de um clube endividado, desacreditado por grande parte da comunidade e na segunda divisão do futebol gaúcho. Alguns meses depois, entretanto, o cenário era outro. Sob a batuta de Oselame, o alviazul venceu a Segundona, comemorou seu primeiro título no Parque Esportivo Montanha dos Vinhedos e retornou ao convívio dos grandes do futebol gaúcho, recuperando boa parte da credibilidade perdida. No primeiro ano da volta à elite, fez uma campanha bastante aceitável, com uma semifinal de turno e o sétimo lugar na classificação geral.

Oselame encabeça uma chapa única à eleição da diretoria executiva. A primeira pretensão era dar lugar a outra pessoa, mas como não houve interessados, a convicção de que somente a continuidade é o melhor para o clube acabou pesando na decisão final. “Tenho a certeza de que a continuidade leva à organização geral, administrativa e financeira. É natural, faz parte do processo, e o Esportivo precisa desse prosseguimento”, ressalta o presidente, que enfatiza a próxima meta de ser campeão do interior, mas acima de tudo espera que possa passar o cargo, no final de 2015, com a consciência tranquila de que o seu sucessor terá o terreno pronto para dar sequência aos projetos e ambições do clube. “Nós sofremos muito, aprendemos muito, mas o clube não pode mais errar. Se não houver a continuidade dessa gestão, que tenhamos uma estrutura administrativa bem montada, com procedimentos que ajudem a evitar com que as próximas diretorias sejam induzidas aos erros”, frisa

Mesmo que tivesse decidido não permanecer à frente do clube, portanto, Oselame já teria deixado um legado pelo qual poderia se orgulhar. No entanto, decidiu quebrar o paradigma, assim como Dupont, que também emendou sequência de quatro anos como presidente em uma época ascendente do clube, com a inauguração do novo estádio, o título da Copa RS e participação histórica na Copa do Brasil.

Os próximos dois anos serão marcados por muitas novidades e apostas, com destaque para as parcerias com clubes da elite nacional e um técnico mineiro, interrompendo a tradição de trabalhar com treinadores locais. São estratégias ousadas e pioneiras, que instigam incertezas e entusiasmos. Se darão certo ou não, é outra história. Enquanto isso, pelo histórico nos primeiros anos de gestão, Oselame tem crédito para continuar decidindo o que é melhor para o alviazul. 

 

Reportagem: João Paulo Mileski

 

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