Estado propõe zerar filas de consultas oncológicas em seis meses

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) pretende zerar, em até seis meses, as filas de espera para primeira consulta oncológica em todo o Rio Grande do Sul, por todos os prestadores de serviços da área pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Esse tipo de atendimento foi prejudicado durante a pandemia de COVID-19.

O assunto foi tema de uma reunião realizada na terça-feira, 31/08. Participaram do encontro a secretária da Saúde, Arita Bergmann, a equipe do Departamento de Regulação Estadual (DRE), gestores hospitalares, entidades representativas do setor e o Ministério Público do Rio Grande do Sul.

“Precisamos dar o atendimento a todos os pacientes com suspeita de câncer, pois essa é uma situação de extrema angústia para a pessoa. Temos outras especialidades para recuperar, mas a oncologia é a demanda mais dramática e urgente”, explicou o diretor do DRE, Eduardo Elsade.

“Essa pauta nos preocupa muito. Não há mais motivos para as filas de espera seguirem se acumulando”, disse Arita. “Apesar de a oncologia ter se mantido sempre, durante a pandemia, como prioridade absoluta, sabemos que existe uma série de motivos para a diminuição de consultas. Não foi apenas a baixa da oferta por parte dos hospitais, mas também as pessoas não queriam entrar nos hospitais e encontraram menos oferta de transporte, por exemplo.”

De março de 2020 a junho de 2021, os hospitais de Porto Alegre disponibilizaram 3.667 consultas a menos do que deveriam. No interior, esse número foi de 3.457. As subespecialidades de oncologia com maior diminuição de oferta nos últimos meses em Porto Alegre foram ginecologia, neurocirurgia, oncopediatria e urologia, entre outras.

“Esses atendimentos são inadiáveis”, destacou Arita. “Depois da primeira consulta, os pacientes garantem acesso ao tratamento necessário.” A ideia sugerida é a realização de mutirões de consultas.

Conforme a promotora de Justiça Gisele Monteiro, mesmo antes da pandemia já havia lista de espera, mas a situação se agravou. Ela afirmou que o Ministério Público é completamente parceiro dessa demanda. “O tempo corre ainda mais rápido para esses pacientes”, disse.

O diretor de Operações da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Oswaldo Luis Balparda, disse que, apesar da diminuição da oferta do serviço, a instituição seguiu realizando práticas de mutirões durante a pandemia para não deixar os pacientes desassistidos.
 

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