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Estiagem já afeta captação de água pela Corsan em Bento

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Barragem do Barracão está praticamente seca e Corsan já programa trabalho de desassoreamento para ampliar capacidade do local

Foto: Diogo Zanetti/SERRANOSSA

Nesta semana o Rio Grande do Sul tem enfrentando uma das semanas mais quentes do verão, com temperaturas chegando aos 40ºC em diversos municípios. Na Serra Gaúcha, as temperaturas estão variando entre 16ºC pela manhã e 32ºC na parte da tarde. O motivo, conforme a meteorologista Cátia Valente da Defesa Civil do Estado, é um sistema de alta pressão que passou a dominar o tempo no RS. Essa massa de ar seco tem garantindo semanas sem chuvas e tempo firme predominante. E além de atingir a agricultura de todo o Estado, o tempo seco já tem prejudicado a captação de água de alguns municípios, como Bento Gonçalves.

De acordo com o gerente da Corsan de Bento, Marciano Dal Pizzol, a situação ainda é “relativamente tranquila” na Barragem São Miguel, principal abastecedora do município. O transbordo do local é de 15 metros e, no momento, a barragem está marcando 13,5 metros – 1,5 abaixo do nível normal. “Ainda há bastante água”, tranquiliza. Entretanto, o problema está na Barragem do Barracão, responsável pelo abastecimento de cerca de 20% dos imóveis do município. Por lá, a barragem está “praticamente seca em alguns pontos do dia”, revela Dal Pizzol.

Foto: Diogo Zanetti/SERRANOSSA

Diante dessa situação, a Corsan tem suprido a demanda do Barracão com a água da Barragem São Miguel. Conforme explica Dal Pizzol, a captação de água em Bento é feita a partir de cinco grupos de motores. Quatro deles estão no Buratti e um está no Barracão. “A partir dos motores do Buratti [que vem de São Miguel], mandamos água para o Barracão, onde misturamos as duas fontes. Quando há essas baixas no Barracão, a gente acaba desligando o motor dali e aumentando a capacidade dos outros quatro, para que supram a demanda”, esclarece. “Não supre completamente, porém ameniza bastante”, afirma. Dal Pizzol ainda complementa que não é possível deixar os motores trabalhando em sua rotação máxima, a fim de não causar um desgaste na estrutura e acontecer a queima dos bombeamentos. “Ai a situação ficaria crítica mesmo”, comenta.

Outra ação que deverá ser feita nos próximos dias pela Corsan é o trabalho de desassoreamento do arroio do Barracão. No local, é preciso um trabalho constante de limpeza. “É uma área onde há bastante despejo pluvial e, por se tratar da parte baixa da cidade, tudo desagua por ali, galhos, lixo das ruas…”, explica o gerente da Corsan.
Questionado se a comunidade já deve estar atenta ao racionamento de água, Dal Pizzol ressalta que sempre é necessário fazer o uso consciente, “ainda que momentaneamente, a situação esteja relativamente tranquila”, diz.

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