Está marcada para 17 de janeiro de 2014 a mobilização regional que, mais uma vez, tentará chamar a atenção do governo do Estado para os problemas enfrentados em rodovias serranas, como a RSC-470. A decisão foi tomada em recente reunião da Associação das Entidades Representativas da Classe Empresarial da Serra Gaúcha (Cics Serra), que reúne lideranças de 11 municípios e tem sido, nos últimos três anos, a principal voz nas cobranças encaminhadas ao Piratini.
A campanha prevê, de forma simultânea, a instalação de faixas e placas em vários municípios, atividade que inicia ainda na primeira quinzena de dezembro, além da abordagem a motoristas, que receberão panfletos sobre a ação. A identidade visual criada para o protesto apresenta um buraco de rodovia “remendado” por um curativo adesivo e a mensagem “Chega de promessas! Sem estradas a Serra para”. Ainda que não considere a possibilidade de trancar estradas, pelo menos nesta primeira manifestação, a Cics Serra não descarta que a medida mais drástica possa ser adotada, caso o Estado não promova melhorias ou não apresente, de forma urgente, um planejamento de obras.
Um dos principais motivadores da movimentação de lideranças empresariais é a demora na execução do Contrato de Restauração e Manutenção das Rodovias da Região da Serra (Crema/Serra), que abrange o trecho da RSC-470 entre a comunidade de São Valentim, em Bento, e a cidade de Nova Prata. No último dia 19, durante reunião em Caxias do Sul, o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, João Victor Domingues, havia anunciado que os trabalhos iniciariam no dia 27, quarta-feira, o que não ocorreu. A nova data é 2 de dezembro. “São circunstâncias como essas que nos motivam a fazer essa mobilização. Essa sempre foi a resposta do Estado, de vários secretários e diretores. Isso tira a credibilidade, porque independente de quem entra ou sai, estamos falando de governo, e não há planejamento. Nossa intenção nunca foi brigar, é exatamente o contrário. Queremos ajudar, mas a paciência está acabando”, afirma Ademar Petry, presidente da Cics Serra.
Petry entende que a situação da ERS-431, que está interditada após deslizamentos que comprometeram a pista, especialmente no quilômetro 14, pode ganhar mais destaque nas próximas semanas, mas ressalta que o caso não pode ser tratado de forma isolada. “Não queremos que esse problema, que é muito grave, resulte em um discurso que tire o foco da região como um todo. A ERS-431 só está assim por culpa do Estado. Era uma tragédia viária anunciada. Se agora eles têm recursos, porque também não fazem as duplicações prometidas e o trevo da Telasul? Vamos seguir cobrando”, argumenta.
Luta construtiva
O novo presidente do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG), Leonardo Giordani, que assumiu o cargo na última terça-feira, 26, afirma que a entidade seguirá – inclusive dentro da Cics Serra – tratando a busca por melhorias para a situação das estradas da região como uma das prioridades, especialmente pelo fato de Bento ser um dos principais polos industriais do Rio Grande do Sul. “Nossa posição é de lutar, mas sempre de forma construtiva, para encontrarmos uma solução para escoarmos a produção e evitar a perda de vidas, o que é o mais importante. A Serra merece mais atenção do Estado, e nós precisamos dar mais segurança e logística para quem transita” conclui.
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