Estratégias para alavancar o turismo de negócios

Mais de 60 profissionais do trade turístico de Bento Gonçalves, em sua maioria associados do Bento Convention Bureau, participaram, terça-feira, 28 do Sala Toscana do Hotel Dall’Onder Vittoria, da palestra “A importância do Convention Bureau para alavancar o turismo de negócios e eventos para Bento Gonçalves e região”. O tema foi apresentado pelo presidente da Confederação Brasileira de Conventions & Visitors Bureaux, João Luiz Moreira, que garantiu ser a conversação estratégica o caminho para consolidar a cidade como destino para o turismo de negócios. E este exercício tem que ser feito com quem tem o olhar da cidade.

Segundo Moreira, o Bento Convention Bureau é quem pode coordenar este trabalho justamente por reunir em seu quadro social empresas de todos os setores. “A visibilidade de Bento é responsabilidade de todos, que devem trabalhar de forma ordenada e com o mesmo objetivo. Tem alguns destinos que desapareceram exatamente por não trabalhar desta forma”, destacou. “Promover Bento não é tarefa exclusiva da Secretaria de Turismo. Ou todos fazem o turismo ou não teremos turismo, principalmente o de negócios”.

Atualmente, a captação de eventos é muito disputada, pois este tipo de turista é o que mais gasta. Em eventos internacionais realizados no Brasil, por exemplo, o gasto médio diário do turista é de R$ 583,00. Deste total, 45% é destinado a hospedagem.

O Brasil ocupa a nona posição no ranking da International Congress and Convention Association (ICCA) com a realização de 275 eventos internacionais no ano passado. João Luiz Moreira disse que a Confederação está contratando consultores para investigar o porquê de a ICCA ter rejeitado 87 eventos, o que colocaria o Brasil na quinta posição. E Bento Gonçalves já figura neste ranking entre 45 cidades brasileiras que mais sediam eventos desta natureza.

Com um ambiente de rápida mudança, Moreira assegurou que o concorrente de Bento não é o município vizinho, mas Nova Iorque, por exemplo. “As tendências são globais, mas as oportunidades locais. Viram o que aconteceu por causa do vulcão do Chile; as mudanças e contratempos gerados pela situação”, lembrou.

Questionado sobre quais produtos Bento Gonçalves deve trabalhar, Moreira foi categórico: “O grande produto de Bento é o Vale dos Vinhedos. É isso o que o Brasil quer”. Ele destacou, ainda, o setor moveleiro e suas feiras. Para Moreira os pontos-chave para alavancar o turismo de negócios são quatro: Informar, educar e orientar o visitante; Orientar e apoiar os que promovem o destino; Proporcionar a experiência total do visitante e Apoiar o desenvolvimento do destino.

Depois de agradecer a participação de todos, o presidente do Bento Convention Bureau, Gilberto Durante, reafirmou o compromisso da associação de continuar trabalhando incansavelmente na captação de eventos para minimizar a sazonalidade existente na ocupação hoteleira da cidade. “Nos finais de semana o turismo de lazer vem mantendo uma boa ocupação. Entretanto, nos demais dias os índices são muito baixos. E é o turismo de negócios, nosso grande foco, que nos auxilia a melhorar esta ocupação”, enfatizou.

Quem paga a conta

O presidente da Confederação Brasileira de Conventions & Visitors Bureaux demonstrou indignação quanto à carência de investidores no setor. De acordo com Moreira, os grandes beneficiários do turismo não investem no setor. “O destino traz o turista, faz ele gastar na cidade e quem é beneficiado não ajuda a pagar esta conta”, reclamou. Entre os maiores beneficiados estão os setores de alimentos, bebidas, concessionárias de energia elétrica e de rodovias, construção civil, indústria em geral, infraestrutura aeroportuária, montadoras de veículos, seguradoras, comércio, consultorias, petróleo, telefonia e bancos, estes muito criticados pelo presidente.

 

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