Há oito meses, uma equipe de dez alunos dos cursos de Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica e Engenharia de Produção do Campus Universitário da Região dos Vinhedos da Universidade de Caxias do Sul (UCS-Carvi), trabalha semanalmente no projeto de um veículo off-road para competições entre estudantes de engenharia de todo Brasil. A disputa acontece entre os dias 22 e 25 de março de 2013, em Piracicaba (SP).
Os veículos são chamados de Mini-Baja, uma referência aos carros de corrida construídos por amantes de aventura, que disputavam provas no deserto de Baja, nos Estados Unidos. Com um motor padrão de 10HP, eles têm como diferenciais os sistemas de suspensão, transmissão, freios e o próprio chassi, que são desenvolvidos pelos alunos.
Para o capitão da equipe batizada de Bajagual, Caio Lucci, essa é uma oportunidade de ouro para os estudantes, que podem trabalhar na prática algumas das teorias aprendidas em sala de aula. “Além disso, vários olheiros de montadoras vão para a competição observar o trabalho dos alunos. Boa parte dos que decidem cursar Engenharia tem esse pensamento de conseguir vaga em uma grande empresa do ramo automobilístico”, avalia.
Essa será a primeira vez que os alunos de Bento Gonçalves levam o projeto para competição. Em Caxias do Sul, a UCS concorre desde 2007, ano em que conquistou o 5º lugar nacional. Mas ficar entre os primeiros não é o objetivo inicial dos bento-gonçalvenses. “Queremos ir bem nos testes de segurança para depois terminarmos o rally. É nosso primeiro ano e estamos sendo bastante conservadores. Mesmo assim, temos inovações importantes nos sistemas de direção e suspensão”, descreve Giovani Salton, que se formou em Engenharia Mecânica em julho, e formulou seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com base no projeto Mini-Baja.
Antes de concorrer nacionalmente, os alunos colocarão o veículo apelidado de “Cucumber” (pepino, em inglês) à prova em uma competição regional. O Baja Sul, que reúne projetos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, acontece de 23 a 25 de novembro, em Gravataí. “Como não é um torneio classificatório, serve como experiência para que os alunos analisem o que ainda podem melhorar no veículo”, afirma a professora Fernanda Bordin, coordenadora do projeto.
Uma das tarefas das equipes é buscar suporte financeiro que viabilize a construção. Para conseguir os R$ 30 mil necessários na conclusão o veículo e levá-lo às competições, os alunos estão utilizando as redes sociais. “Montamos uma página do Facebook para divulgar nossos patrocinadores e teremos o carro adesivado nos dias de provas. Não montamos apenas um carro, montamos uma empresa. Precisamos do marketing, do administrativo, de tudo. Nossa única diferença é que não temos fins lucrativos”, comenta o aluno Rodrigo Fontana.
Reportagem: Alexandre Brusa
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