Ex-assessor de Arthur Lira é alvo da PF sobre desvio de dinheiro em Alagoas

“Eu não vou comer essa corda, vou me ater a receber informações mais precisas e cada um é responsável pelo seu CPF nesta terra e neste país”, disse Lira

Foto: Reprodução/Instagram

A Polícia Federal faz uma operação nesta quinta-feira, 1º/06, contra um grupo suspeito de fraude em licitação e lavagem de dinheiro em Alagoas por meio da compra de equipamentos de robótica. Os mandados também são cumpridos em outros 3 estados e no Distrito Federal. Segundo a polícia, o grupo é suspeito de desviar R$ 8 milhões na fraude.

Um dos alvos é Luciano Ferreira Cavalcante, funcionário da Câmara dos Deputados e que foi nomeado para a liderança do PP na Casa à época em que o cargo era exercido por Arthur Lira (PP-AL), hoje presidente da Casa.

Antes, Ferreira foi servidor comissionado do escritório de apoio do então senador Benedito de Lira (PP-AL), pai de Arthur Lira. Em entrevista a GloboNews, Lira comentou a operação, mas disse que cada um é responsável pelo seu CPF. “Eu não vou comer essa corda, vou me ater a receber informações mais precisas e cada um é responsável pelo seu CPF nesta terra e neste país”, disse Lira.

A operação

A Operação Hefesto investiga possíveis crimes ocorridos entre 2019 e 2022 na compra dos kits de robótica para 43 municípios no estado de Alagoas com verba do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE).

A investigação apontou que a licitação incluía, de forma ilegal, restrições para direcionar os contratos a uma única empresa. Segundo a PF, foram desviados com o esquema R$ 8,1 milhões.

O esquema já era alvo do Tribunal de Contas da União (TCU) desde 2022 quando determinou ao governo federal a suspensão dos contratos e os repasses para a compra dos kits.

Foto: Polícia Federal

Foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão em Maceió (16), Brasília-DF (8), Gravatá-PE (1), São Carlos-SP (1) e Goiânia-GO (1), além de 2 mandados de prisão em Brasília. Além disso, a Justiça determinou o sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados no valor desviado.

A PF não divulgou o nome dos alvos. Na casa de um policial civil apontado como operador do esquema, em Brasília, foi apreendida uma grande quantidade de dinheiro vivo dentro de um cofre. O valor exato ainda será apurado, mas a estimativa é de que sejam mais de R$ 4 milhões só nessa apreensão.

Fonte: G1