Ex-embaixador se reúne com empresários de Bento

Em visita a Bento Gonçalves nesta semana, o ex-embaixador brasileiro Renato Luiz Rodrigues Marques, reuniu-se com empresários locais – alguns deles, seus amigos pessoais – para relatar experiências vivenciadas nos países onde residiu e trabalhou nas últimas décadas e debater a situação econômica nacional. Natural de Rio Grande, Marques atuou como diplomata a serviço do Ministério das Relações Exteriores (MRE) em países como Uruguai, Estados Unidos, Bélgica, Espanha, Belarus e Ucrânia.

Antes disso, no início dos anos 1990, como secretário de Comércio Exterior do Governo Federal, Marques se aproximou do empresariado da Serra Gaúcha para ajudar a impulsionar ações de exportação para a produção industrial. De lá para cá, manteve contato com empreendedores da região, inclusive o diretor da Fasolo e ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Renan Proença, que o convidou para visitar Bento. Dagoberto Lima Godoy, outro ex-presidente da Fiergs, também participou do encontro.

Na ocasião, o diplomata falou de seu recente livro, “Memorábilia”, em que narra a sua passagem pelas nações estrangeiras, com um contexto de cada época. “É um balanço político e econômico de cada uma dessas etapas”, explica Marques. Durante o debate, ele abordou assuntos ligados ao Mercado Comum do Sul (Mercosul), bloco que, na sua visão, tem assumido mais cunho ideológico do que focado nos objetivos iniciais de fomentar o comércio comum e proteger a economia regional contra terceiros. “O Mercosul acabou nunca sendo uma zona de livre comércio, principalmente pelos diferentes interesses produtivos entre os países”, destaca.

Em termos globais, Marques tratou a China como o grande rival econômico a ser enfrentado pelo Brasil, mas ressaltou que é preciso muito mais do que melhorar preços, e sim, pensar em novos produtos e no próprio potencial produtivo do país. “Por enquanto, o Brasil parece estar condenado ao Mercosul, porque não tem paradigma tecnológico para competir com grandes mercados. E, atualmente, nosso grande problema se chama República Popular da China. Além disso, não são apenas preço e qualidade que garantem a entrada em todos os mercados. Isso tudo depende de um jogo de relações, o que vai exigir uma mobilização ainda maior de vários setores de nossa sociedade”, conclui.

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