Exemplos de superação na luta contra o peso

Dar o primeiro passo. Quem sabe isso seja o mais difícil para quem leva uma vida sedentária. Embora a maioria das pessoas esteja rodeada de informações em relação à importância de uma dieta balanceada aliada a exercícios físicos, ainda é uma minoria que realmente se dedica a ter uma vida mais saudável. Pensando nisso, o SERRANOSSA conversou com bento-gonçalvenses que são exemplos de dedicação e superação. Renan Schwab, Marlon Veronese e Erika Di Bernado utilizaram diferentes estratégias para conseguir seus objetivos. Mas tiveram um mesmo ingrediente para chegar lá: muita força de vontade.  

De acordo com a nutricionista estética e funcional Michele Marchese Reginatto, o ideal é procurar corrigir os desequilíbrios e alterações metabólicas com ajuda de um profissional e depois iniciar uma reeducação alimentar definitiva que priorize a saúde e o bem-estar. “Aliado a isso, é importante iniciar alguma atividade física para auxiliar na circulação sanguínea e aumentar a resistência. Também é indispensável ingerir muita água, pois ela auxilia na saciedade, na eliminação de toxinas, na redução das dores de cabeça, na hidratação da pele e na eliminação de minerais e vitaminas que estiverem em excesso”, explica Michele. Ela destaca ainda que bons resultados dependem 70% da alimentação e 30% da atividade física.  

Optar por dietas “malucas”, restritivas demais, não é recomendado. “Quando ficamos muito tempo sem consumir um nutriente ou jejuamos, o nosso organismo se programa para armazenar o máximo que conseguir do nutriente em forma de gordura por entender que você vai ficar novamente um período sem comer. Por isso, dietas como a da proteína fazem você perder peso rápido, mas temporariamente, pois o jejum aumenta o armazenamento de gordura corporal. Diante disso, não siga dietas, faça reeducação alimentar”, orienta a profissional.


Do sedentarismo ao triatlo

Há três anos, durante uma partida de futebol, Renan Schwab (foto acima) recebeu um lançamento em profundidade durante um contra-ataque. Da área adversária, seu objetivo era correr para chegar até a bola e tentar marcar um gol. Só que durante o percurso de uma área para outra, as pernas de Schwab começaram a tremer e seu coração disparou. Seu corpo não aguentava correr nem 100 metros. Era a hora de mudar. “Percebi que precisava emagrecer. Levava uma vida muito desregrada. No dia seguinte, fui em busca de um cardiologista, de uma nutricionista e de uma academia”, conta. Hoje, aos 31 anos, ele coleciona conquistas. Além de exibir um corpo 20kg mais magro, ele se tornou um atleta de triatlo, esporte que agrega natação, ciclismo e corrida. Incentivado pelo amigo Bruno Benini, Schwab começou a se preparar para uma prova denominada Iron Man seis meses depois de mudar seus hábitos. Ele teria que nadar 2km, pedalar 90km e correr 21km. “Tracei esse objetivo e meus treinos foram ficando cada vez mais fortes”, conta. Ele conseguiu completar a prova com sucesso e nunca mais parou. Já participou da competição Experience 100k, em Canela, do Iron Man 70.3 em Brasília, no Distrito Federal, e do Half Iron, em Punta Del Este, no Uruguai. Além disso, concluiu mais de 40 provas como rústicas e meias-maratonas. Seu próximo desafio será nos Estados Unidos: participará do Iron Man em Miami, na Flórida. 

Mais do que exibir medalhas e troféus, Schwab comemora uma nova vida. “Hoje treino duas vezes por dia e tenho uma alimentação controlada. Sinto-me mais ativo, mais disposto a enfrentar os percalços do dia a dia”, destaca ele, que faz questão de salientar que não abriu mão de tomar os “traguinhos” com os amigos. “O importante é ser feliz e nunca desistir”, finaliza, citando uma frase do ex-boxeador Muhammad Ali: “Eu odiava cada minuto dos treinos, mas dizia para mim mesmo, não desista: sofra agora, mas viva o resto de sua vida como um campeão”.


Da obesidade mórbida à vida saudável

Sedentária há mais de 10 anos, fumante e obesa. Assim se resumia a vida de Érika Di Bernardo dos Santos, de 32 anos de idade, há nove meses. Com uma filha de 8 anos, o medo de um infarto, de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou de contrair diabetes fez a jovem mãe acordar. Embora tenha lutado contra a obesidade desde muito jovem, Erika nunca havia mudado seus hábitos. Testou inúmeras dietas – da lua e da proteína, por exemplo – e famosos medicamentos, mas nada disso surtiu efeito. Ela comia muito. Pizza, refrigerante e um chocolate diariamente eram essenciais no cardápio. Resultado: 104kg na balança e um diagnóstico de obesidade mórbida. 

Com auxílio de profissionais como nutricionista, psicóloga e pneumologista, ela resolveu mudar de vida. Além de parar de fumar, submeteu-se a uma endoscopia para colocação de um balão no estômago, método menos invasivo do que uma cirurgia de redução, por exemplo, que não possui riscos e facilita a adaptação. O balão ocupa grande parte do estômago, reduz a fome e promove a saciedade. “A sensação após a colocação foi: ‘estou cheia’. Parecia que havia comido um boi inteiro com costela e tudo. Esses sintomas são aliviados com medicação e duraram, no meu caso, cerca de três dias. É muito comum ter alguns episódios de vômitos e cólicas, mas por sorte não senti nada disso, apenas um desconforto, tudo muito suportável”, conta Erika.

O tratamento durou nove meses. Após esse período, o balão foi retirado novamente através de endoscopia. Além do balão, Erika também passou por uma reeducação alimentar e começou a praticar exercícios físicos de cinco a sete vezes por semana. Os resultados logo no início deram estímulo para ela seguir à risca o tratamento, que terminou no último dia 17. Hoje, Erika exibe um corpo com 32kg a menos e uma autoestima que contagiou toda a família. “Meu marido, Rodrigo, e minha filha, Eloísa, foram fundamentais neste período. Sem querer, acabou todo mundo entrando na dieta. O marido, para dar uma força extra, passou a caminhar e a correr comigo. A mãe e a irmã, passaram a ficar atentas aos produtos e receitas lights. Sem esse apoio, eu não teria chegado tão longe”, acredita ela que, com o incentivo de Rodrigo, criou um blog para contar todo o processo, o www.balaoblue.blogspot.com.br.

Com a retirada do balão, Erika pretende seguir para sempre uma vida mais saudável. “Hoje me sinto mais leve, mais disposta, mais saudável. Durmo melhor, como muito melhor, nos horários certos e principalmente a quantidade certa. A felicidade de entrar em qualquer loja e encontrar uma roupa que sirva, sem ser na seção plus size, é indescritível”, comenta. “Sei o quanto é ruim ser obesa. Sempre cansada, pesada, sem disposição para nada, e os problemas de saúde batendo na porta. Não quero isso para minha vida. Posso não estar no peso ideal, estou com sobrepeso, porém saudável. Obesidade nunca mais!”, finaliza.


Das dores à luta

Amarrar o tênis ou ir e voltar do supermercado a pé não eram tarefas simples para Marlon José Veronese. Jovem, cheio de vida e com vários planos para o futuro, ele via sua rotina limitada pelo sobrepeso. Há dois anos e quatro meses, ele foi apresentado ao esporte que mudaria seus hábitos completamente: o muay thai. Aos 23 anos, Veronese deixou para traz a vida sedentária e despediu-se, gradativamente, de 37kg.

Marlon era o típico jovem que comia e bebia mais do que se exercitava. Jogava futebol uma vez por semana e sofria o resto do dia com dores nos joelhos e tornozelos. “Coloquei na cabeça que precisava perder peso. E corri atrás deste objetivo”, conta Marlon. Logo na sua primeira aula de muay thai, ele sentiu que era o que queria. Treinando todos os dias e alimentando-se corretamente, ele viu os resultados. 

Hoje, suas conquistas vão além da saúde. Ele também começou a disputar campeonatos regionais e mobilizou a família inteira para seguir uma vida melhor. “Todo mundo perdeu peso comigo lá em casa”, conta. Sem conseguir ficar um dia sequer sem praticar exercícios físicos, Veronese dá a dica: “Não tem treino e nem dieta milagrosa, ninguém vai perder peso sentado no sofá. O melhor resultado é acordar todos os dias disposto para mais uma batalha”, ensina.

*As estatísticas divulgadas nesta reportagem referem-se a um levantamento feito pelo Ministério da Saúde. Confira os dados na íntegra no site da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia: http://www.endocrino.org.br/numeros-da-obesidade-no-brasil.

Dica da nutri!

Fatores que podem prejudicar o emagrecimento: 

Falta de conhecimento e de auxílio de um profissional capacitado

Hábitos alimentares inadequados

Ansiedade

Dificuldade para fazer exercícios físicos

Necessidade de comer doces ou alimentos calóricos

Alimentação monótona e industrializada. 

Importante: a correção de hábitos alimentares é um dos primeiros passos para se ter uma vida saudável, mas também é necessário corrigir alterações no funcionamento digestivo, eliminar patógenos intestinais, corrigir alterações intestinais, aumentar a capacidade de desintoxicação do fígado e eliminar prováveis metais tóxicos da circulação. Tudo isso para ter um melhor aproveitamento dos nutrientes que são ingeridos e, consequentemente, uma vida mais saudável.


Sinal de alerta

*34,6% dos brasileiros comem em excesso carnes com gordura e mais da metade da população (56,9%) bebe leite integral regularmente, tornando esse fator um dos principais responsáveis do excesso de peso e da obesidade no Brasil.

*29,8% dos brasileiros consomem refrigerantes pelo menos cinco vezes por semana.

*Apenas 20,2% ingerem a quantidade recomendada pela Organização Mundial de Saúde de cinco ou mais porções por dia de frutas e hortaliças.

*Segundo o Ministério da Saúde, Porto Alegre é a capital que possui a maior quantidade de pessoas com excesso de peso (55,4%), seguida por Fortaleza (53,7) e Maceió (53,1). Já na lista das capitais que possuem o menor índice de pessoas com sobrepeso estão São Luís (39,8%), Palmas (40,3%), Teresina (44,5%) e Aracaju (44,5%).

*O levantamento mostra que apesar de “comerem mal”, os homens se exercitam mais do que as mulheres: 39,6% deles fazem exercícios com regularidade, enquanto entre as mulheres a frequência é de 22,4%. O percentual de homens sedentários no Brasil passou de 16% em 2009 para 14,1% em 2011.

Reportagem: Raquel Konrad


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