Exemplos que devem ser seguidos (ou não)
Santa Catarina é o destino mais badalado da Região Sul em épocas de veraneio. A ilha de Florianópolis, com suas praias que misturam águas cristalinas e paisagens de tirar o fôlego encantam turistas de todas as partes do Brasil e, em função da proximidade geográfica, são destino de férias para muitos gaúchos.
Pois justamente quem reside no Rio Grande do Sul deve estranhar algumas situações, sobretudo relacionadas às rodovias. Alguns exemplos da capital catarinense são de dar inveja a quem sofre com pistas deterioradas, sem acostamento e com sinalização que, de tão precária, parece inexistente. Talvez exatamente por ter no turismo um de seus principais ícones econômicos, o governo do Estado vizinho seja tão zeloso em relação a esse aspecto da vida em sociedade. Por lá, o que mais se vê são obras em estradas, tanto para conserto ou manutenção da pista quanto para melhoria no fluxo de veículos (duplicação) – a diferença é que os reparos costumam durar bem mais tempo do que por essas bandas.
A preocupação com a prevenção de acidentes também é evidente. Em todas as SCs (equivalente às nossas RSCs), há placas incentivando os condutores a denunciarem motoristas com sinais de embriaguez ao volante e um telefone de contato para que a informação seja repassada. E, infelizmente, não é raro encontrar policiais rodoviários às margens da estrada flagrando pessoas nessa condição, o que evidencia que a prática de dirigir sob efeito de álcool é comum. Os alertas para acidentes também chamam a atenção. Em frente aos postos de monitoramento rodoviário, placas fazem a contagem de quantos dias se passaram desde a última morte no trânsito naquele trecho.
Por outro lado, Santa Catarina peca em um sentido: a falta de agilidade no atendimento a ocorrências. No final de janeiro, um caminhão carregado com concreto teve uma pane seca na principal ponte que dá acesso à ilha. Apesar das oito pistas (quatro em cada sentido), o veículo causou um afunilamento do fluxo e caos no trânsito. Para se ter uma ideia, a pane ocorreu às 6h e o caminhão só foi retirado às 10h, o que gerou polêmica e obrigou as autoridades a darem explicações na imprensa, já que a lentidão se estendeu até as 15h daquele dia, tamanha quantidade de veículos que circulavam pelo local. A justificativa do comando rodoviário foi de que era necessária uma mobilização especial de modo a evitar que o resgate provocasse picos de lentidão que, por sua vez, pudessem ocasionar outros acidentes. Levando em conta o volume de acidentes que RSC-470 registra, por exemplo, imagine a confusão que seria se a cada colisão a retirada dos carros envolvidos levasse 4 horas. Sem contar que os resgates após acidente são bem mais complicados do que a simples remoção de um caminhão sem combustível.
Uma troca de experiências seria benéfica para os dois Estados. O governo gaúcho poderia aprender com Santa Catarina qual a fórmula mágica para manter as estradas em dia e priorizar obras necessárias para que as regiões produtivas continuem gerando riquezas. E eles poderiam aprender com o Rio Grande do Sul como proceder em caso de acidentes de modo a normalizar o trânsito o mais rápido possível.
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