Expectativas pouco animadoras para este ano

Por: Greice Scotton

As festas de final de ano, em especial o Natal, representam a época de maior movimento no comércio e, consequente, a mais lucrativa também. O pagamento do 13º salário é um dos fatores que costuma animar os lojistas e levar muitos consumidores às compras. Com mais clientes, surge também a necessidade de novas contratações para dar conta do atendimento e o mês de novembro é quando isso mais acontece. Entretanto, apesar da expectativa tanto dos empresários quanto de quem busca por uma oportunidade, mesmo que apenas temporariamente, a crise que abalou o Brasil neste ano é como um balde de água fria. Embora ainda não haja números oficiais, estima-se que haverá redução no volume de contratações.

Um dos setores do comércio mais otimistas é o supermercadista. De acordo com a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), devem ser criadas 3.000 vagas de trabalho temporário no Rio Grande do Sul para o período de Natal, Ano-novo e veraneio. Dos supermercados ouvidos em uma pesquisa recente encomendada pela entidade, 35% disseram ter a intenção de contratar. “Cerca de 15% desses temporários deverão ser efetivados”, sugere o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo. Os supermercados gaúchos projetam um crescimento real de 0,49% (já descontada a inflação) nas vendas de Natal e Ano-Novo, em 2016, na comparação com o mesmo período do ano passado. A pesquisa apontou que 88,3% dos gaúchos preferem adquirir itens para as tradicionais ceias em lojas de supermercados e que irão gastar, em média, R$ 521, sendo que 89,4% desse valor vai ficar nos caixas de supermercados.

SINE
Já na agência FGTAS/Sine, a procura é mínima. Em novembro foram abertas somente três vagas, para contratação por um período específico de 30 dias. “Contratações temporárias, especialmente para o comércio, funcionam bem por indicação, ou seja, algum funcionário já efetivado indica um conhecido”, comenta o coordenador da agência de Bento Gonçalves, Alexandre Maso.

PRECAUÇÃO
A timidez na movimentação também tem sido percebida na maior parte do varejo. “Existe uma tendência apontando que os lojistas tendem a esperar a tão aguardada intensificação do movimento no comércio, trazida pela proximidade das festas de fim de ano para buscar reforços em seus quadros de colaboradores, conforme a demanda. Este foi um ano de bastante instabilidade e retração nos negócios, o que implica na adoção de comportamentos mais cautelosos, sobretudo no que diz respeito a investimentos, inclusive em contratações. Por isso, pode ocorrer que o processo de contratações temporárias seja postergado neste ano”, analisa o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL-BG), Marcos Carbone. Para auxiliar os lojistas nesse processo, a CDL oferece um departamento especializado em recrutamento e seleção de pessoal, atendendo tanto profissionais como empregadores – o CDL Emprego. “É possível cadastrar currículos para seleção e, também, buscar opções de contratação para o preenchimento de vagas, mediante seleção do perfil e aptidões dos candidatos. Somado a esse serviço, a CDL realiza, de forma constante em sua agenda de atividades, treinamentos e cursos de qualificação, visando a preparar os candidatos para os desafios do mercado de trabalho”, complementa Carbone.

Já o presidente do Sindilojas, Daniel Amadio, diz que a entidade estima crescimento zero em vendas se levados em consideração os índices de inflação. Ou seja, mesmo que haja um aumento de 8% a 9%, como a inflação atingiu esse patamar o crescimento deve ser zero. Entretanto, Amadio acredita que o índice de contratações temporárias pode ser positivo. “Se a intenção de contratação apontada por pesquisas se confirmarem, teremos um incremento na força de trabalho de 22%. Mesmo sendo menor que em outros anos, sempre sinaliza algum incremento de vendas e é nisso que apostamos”, comenta. 

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