Exportação de vinho brasileiro cresceu 74,8%

As ações de promoção do vinho brasileiro no mercado externo e o aperfeiçoamento dos produtos, aliados à exposição do Brasil em razão da Copa do Mundo, trouxeram bons resultados para o setor vitivinícola em 2014. Dados do Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior (AliceWeb), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, apontam que, de janeiro a dezembro de 2014, as vinícolas brasileiras exportaram 2.652.688 litros de vinhos finos e espumantes, volume 74,8% superior ao mesmo período do ano anterior. O faturamento chegou a cerca de US$ 9,5 milhões, valor 76,5% maior que o registrado em 2013.

Os números positivos são atribuídos ao trabalho que vem sendo realizado pelo setor ao longo dos últimos anos. Em 2014, o projeto setorial Wines of Brasil, desenvolvido em parceria entre o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), completou 10 anos. “A categoria de vinhos brasileiros está aparecendo mais, e grandes redes de outros países abriram suas portas para o produto brasileiro”, avalia a gerente do Wines of Brasil, Roberta Baggio Pedreira. Atualmente, 31 vinícolas participam do projeto.

Principal mercado do vinho brasileiro no ano passado, o Reino Unido teve um crescimento de 406,5% nas importações em comparação a 2013. No ano passado, o país foi o destino para 437.920 litros (US$ 1.919.681).

Roberta credita o desempenho à estratégia adotada no país há alguns anos, onde uma empresa de relações públicas (JK Marketing) atua também como uma espécie de embaixadora dos vinhos do Brasil. “O Reino Unido é onde o vinho brasileiro está nas maiores redes, entre elas, Marks & Spencer, Waitrose e Tesco. Mas ainda há muito potencial neste mercado para manter e explorar”, afirma, lembrando que também há uma tendência de consumo de espumantes brasileiros. Na sequência, aparecem Bélgica, Paraguai, Alemanha, Países Baixos (Holanda), Estados Unidos, Japão, Colômbia, China e Suíça.

Mercado interno

No mercado interno, de modo geral, a venda de produtos vitivinícolas se manteve estável em 2014, com redução de 0,18% no total global na comercialização. Segundo dados divulgados pelo Ibravin na última semana, os melhores desempenhos foram registrados pelo suco de uva (aumento de 13,5%) e espumantes (crescimento de 5,5%). Na contramão destes resultados, os vinhos finos apresentaram redução de 3,9%, número semelhante ao registrado na comercialização dos vinhos de mesa, com índice negativo de 4,1%. Já os produtos importados, reagiram em relação ao ano anterior e cresceram 12,4% na venda em supermercados, lojas, adegas e restaurantes.

Aurora triplica vendas

Maior exportadora de vinhos do Brasil em 2014, a vinícola Aurora triplicou suas exportações em relação a 2013, passando de US$ 934 mil para US$ 2,8 milhões no ano passado. A empresa também foi a líder de vendas para os três principais mercados importadores de vinhos brasileiros: Reino Unido, Bélgica e Alemanha. 

No topo da lista, a Aurora respondeu por 39% do total importado pelo Reino Unido, alcançando US$ 768,35 mil. Para a Bélgica, a vinícola exportou US$ 504,37 mil, o que equivale a 42% da receita total, de US$ 1,203 milhão. Para o mercado alemão, os vinhos da Aurora representaram 55% da receita total das exportações do Brasil para aquele país, faturando US$ 456,80 mil do montante de US$ 823,8 mil.

A Aurora também liderou as exportações para o Japão, com 60% de participação e US$ 304,54 mil de receita; Estados Unidos, com 42% e US$ 170,86 mil comercializados; e França, com 40% e US$ 83,30 mil em vendas. Os países estão, respectivamente, em 6º, 7º e 12º lugares no ranking de compradores de vinhos do Brasil em receita.

Reportagem: Carina Furlanetto


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