Exportações: setor moveleiro registra crescimento

Diante do balanço negativo das exportações de móveis em 2012 em todo Brasil, o Rio Grande do Sul foi o único estado que cresceu em comparação a 2011. Foram pouco mais de US$ 205,7 milhões exportados no ano passado, contra US$ 203,5 milhões em 2011, o que representa um aumento de 1,1% no período. E para lideranças do setor, há motivos para acreditar em um crescimento mais significativo neste ano.

Dados divulgados pela Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs) apontam o Estado como o maior exportador do Brasil. Os US$ 205,7 milhões de 2012 representaram 28,4% de todas as exportações de móveis do país. O relatório divulgado pela Movergs revela ainda a mudança de mercado devido às barreiras alfandegárias impostas pela Argentina no ano passado. O país, que já foi o principal importador de móveis gaúchos, em 2011 caiu para a sétima colocação na lista de destinos, diminuindo 36,5% os negócios com o Brasil no ramo moveleiro. “A Argentina é uma questão política que dificilmente será solucionada se não for instituída uma nova política de exportação. Por isso, procuramos investir forte em outros mercados, como Uruguai, Reino Unido, Chile e Peru”, afirma o presidente da Movergs, Ivo Cansan.


Projeção

Os números revelam uma variação positiva de 14% nas transições com o Reino Unido, 18,5% com o Chile e 39,3% com o Peru. Cansan vislumbra um ano mais animador para o setor, já que o Estado obteve números positivos mesmo em um ano tão abalado pela crise no mercado internacional. “Acreditamos que podemos crescer 5% líquidos em 2013, isso porque estamos preparados, diferente dos demais Estados que ainda não acordaram para esse novo momento da exportação”, garante.

Para o empresário, os principais diferenciais do setor moveleiro gaúcho são a valorização do câmbio, o respaldo do imposto Reintegra (crédito de 3% para os empresários sobre o valor dos manufaturados exportados), a desoneração da folha de pagamento, a tributação sobre receita bruta e, principalmente, a localização geográfica. 

Para o coordenador do curso de Comércio Internacional da UCS, Fabiano Larentis, é preciso ser otimista, porém dentro das possibilidades. “Ainda é muito cedo para prever, até mesmo pela instabilidade do mercado externo. A tendência é que cresça, mas dentro de uma perspectiva realista, pois até mesmo a China diminuiu sua expectativa”, opina.

Desempenho nacional

De forma geral, o Brasil exportou um total de US$ 723,3 milhões em móveis no ano de 2012, contra US$ 763,3 em 2011: uma queda de 5,2%. Foram menos US$ 40 milhões em exportações nesse setor.  O Rio Grande do Sul lidera o ranking nacional dos Estados por valor exportado, seguido por Santa Catarina e São Paulo. “Por muito tempo Santa Catarina liderou as exportações no país, mas diminuiu bastante porque trabalha muito com móveis de pinus, competindo com países do mercado asiático. O Rio Grande do Sul também utiliza essa madeira, mas investe em outras matérias-primas”, esclarece Larentis. 

Desafio

Cansan revela que a indústria local busca penetrar em novos mercados além do continente. “Apostamos na África como um mercado em expansão para a indústria moveleira. Os países árabes também são uma boa possibilidade, no entanto, mais complicada, pois seus costumes e gostos são bem diferentes dos nossos”, diz. 

Reportagem: Priscila Boeira


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