Falta de efetivo dificulta combate ao tráfico
Um dos números divulgados pela 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP), relativo ao primeiro semestre de 2014, chama a atenção: na comparação com o mesmo período do ano passado, as prisões relacionadas ao tráfico de drogas tiveram queda de 39%. As por porte ilegal de arma reduziram 16% e o número de armas apreendidas, 36%. Em relação aos casos de homicídios investigados pela 1ª DP, apenas um ainda está sem autoria confirmada.
Segundo a delegada Maria Isabel Zerman, titular da 1ª DP, a queda dos índices de prisões por tráfico de drogas se justifica pelo reduzido efetivo da polícia. “A queda nos números se deve principalmente à falta de servidores e também a um ano atípico: tivemos Copa do Mundo e em outubro haverá eleições. Outro fator que influencia é a relação de prisões e apreensões realizadas em 2013, que foram muitas, o que faz com os números naturalmente tenham queda neste ano”, explica. “A delegacia conta com apenas quatro policiais para investigar o tráfico de drogas em toda a cidade. E os traficantes estão cada vez mais experientes. Além da facilidade em adquirir uma arma ilegal, o que colabora para que o traficante tenha mais poder”, afirma a delegada. Ela afirma que é muito difícil mensurar um aumento ou queda no tráfico de drogas no município. Segundo ela, este tipo de crime é constante e se renova mesmo após prisões.
Tráfico x roubos
Maria Isabel afirma que o reduzido índice de prisões não justifica o crescimento das estatísticas de roubos na cidade. “Os números que demonstram o aumento de roubos não está diretamente ligado com o tráfico de drogas. A constatação que temos é sobre os furtos, esses sim, geralmente, praticados por usuários na tentativa de posteriormente poder adquirir o entorpecente”, analisa.
Apesar das deficiências enfrentadas pela polícia, a delegada garante que o trabalho de investigação segue sendo feito. “O Novo Futuro [Residencial localizado no bairro Ouro Verde, com mais de 400 apartamentos] é um exemplo interessante. Nós realizamos diversas operações no condomínio – duas só neste ano –, prendemos e apreendemos objetos, mas constantemente recebemos denúncias. Apesar das operações, novas denúncias já estão sendo apuradas pela equipe de investigação”, confirma.
Homicídios
Dos quatro casos de homicídios investigados pela 1ª DP, duas pessoas foram presas, um caso está com autoria confirmada – mas sem o pedido de prisão expedido – e apenas um registro ainda não está esclarecido.
O caso ainda sem pistas é o da morte de Silvio de Jesus, de 24 anos. O corpo do jovem foi encontrado na noite de 20 de março, em uma estrada vicinal que dá acesso à localidade de Veríssimo de Matos, no interior de Bento Gonçalves. Logo após ter recebido liberdade do Presídio Estadual, depois de cumprir pena por tráfico de entorpecentes, ele foi atingido por quatro disparos de arma de fogo nas costas. “Ainda estamos com poucas informações sobre esse crime. Após a morte da mãe dele [Idalinade Jesus, morta em 24 de junho com disparos de arma de fogo, no bairro Zatt], recebemos algumas denúncias que indicavam que o autor poderia ser o mesmo, mas não chegamos a confirmar relação entre os dois casos”, diz.
Prisões*
Por tráfico de entorpecentes:
2013: 23
2014: 14
Queda de 39%
Por porte de arma de fogo:
2013: 12
2014: 10
Queda de 16%
Armas de fogo apreendidas:
2013: 25
2014: 14
Queda de 36%
*Efetuadas pela 1ª DP. Números relativos ao 1º semestre de cada ano
Reportagem: Jonathan Zanotto
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