Família ganha casa após mutirão solidário

A união de alguns empresários da cidade garantiu um novo lar e um novo destino para a família de Beatriz Fátima Mendonça, a Bia, como é conhecida no bairro Municipal. Em quatro meses, um mutirão de solidariedade fez com que ela, a filha Eloísa, de 9 anos, e o filho Thiago, de 25, saíssem de um pequeno barraco de madeira para uma casa em alvenaria erguida por voluntários ao lado da velha residência.

A construção da nova moradia também foi marcada por outro fato que deu mais um impulso de ânimo à família: em uma tarde, há cerca de um mês e meio, ainda durante as obras, Thiago se levantou e foi caminhando até a porta do antigo casebre que era ocupado pela família. Seria uma cena comum, não fosse pelo fato de que o jovem não se locomovia desde os quatro anos de idade, vítima de um erro médico.

Feliz, a irmã correu para contar para todos que trabalhavam na construção. O empresário que mobilizou outras 15 pessoas para doar tempo, mão de obra e recursos – e prefere se manter no anonimato – eternizou o momento em uma foto. Mais de 20 anos depois, o rapaz voltava a andar. “Agora, ele vai por tudo”, conta a pequena Eloísa, enquanto abraça o irmão, os dois sentados no novo sofá. 

Todos os móveis, eletrodomésticos e utensílios também são novos. A moradia tem dois quartos, uma cozinha unida com a sala e um amplo banheiro. Nos próximos dias, chegam a televisão e a antena parabólica. No lado de fora, uma rampa facilita o acesso, que ganhou uma cobertura para proteger da chuva. A rede elétrica agora não é mais compartilhada com vizinhos, o que também ajuda a controlar os gastos com luz. O investimento foi de mais de R$ 40 mil.

A tia-mãe

Beatriz não é a mãe biológica de Thiago, mas esse é um detalhe que já não tem nenhuma importância na história da família. Ele é filho da irmã gêmea dela, que morreu durante o parto do rapaz. De lá para cá, ela assumiu o papel de mãe, assim como já havia feito com outros 13 filhos, dez deles adotivos, com os quais não manteve mais contato. A principal renda do lar vem de um benefício pago pelo governo federal, às vezes complementada com as latinhas de alumínio que ela recolhe na rua e vende.

Há cerca de três anos, conheceram o empresário, que passou a prestar ajuda a eles. Com lágrimas nos olhos, Bia não cansa de repetir que o benfeitor chegou como “um anjo” na vida da família. “Nunca vou esquecer de tudo que ele fez por nós. Não foi só mudar a nossa casa, esse homem mudou a nossa vida”, agradece. Para ele, a felicidade não parece ser menor. “Se alguém ganhou com tudo isso, fui eu. Ver o Thiago voltar a andar foi um presente que Deus guardou para mim. Eu sempre acreditei e agora tenho certeza que valeu a pena”, diz.

Thiago não consegue falar, mas demonstra estar prestando atenção em tudo que conversam a sua volta. Em alguns momentos, parece se esforçar para tentar se comunicar com quem está próximo, mas as palavras ainda teimam em não sair. Pelo menos, por enquanto.

Reportagem: Jorge Bronzato Jr.


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