Famílias gaúchas adotam comportamento cauteloso com relação ao consumo, aponta Fecomércio-RS

A análise do Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de outubro aponta para comportamento cauteloso dos gaúchos. Embora o resultado de 89,6 pontos tenha representado alta de 6,0% em comparação com o mesmo período do ano passado, na margem houve recuo de -1,7% (91,1 pontos). A média em 12 meses também teve aumento e atingiu 88,9 pontos. O estudo é da Fecomércio-RS e foi divulgado nesta quarta-feira (23/10).

Para o presidente da entidade, Luiz Carlos Bohn, os resultados indicam que as famílias precisam de sinais mais consistentes das condições atuais para que a confiança retorne de forma sustentada. “Apesar da economia gaúcha estar reagindo melhor em relação ao Brasil, a retomada ainda está em curso, com o mercado formal se recuperando lentamente no estado. Nesse contexto, as decisões de gastos denotam cautela das famílias, impliacando um ritmo mais moderado em relação do consumo." comenta Bohn.

O indicador que mede a segurança com relação ao emprego avançou 2,8% na comparação interanual, mas variou -1,3% frente ao mês anterior, ao atingir 109,8 pontos. Este é o quarto mês consecutivo de variação negativa no índice. Em um cenário em que a geração de empregos formais custa a engatar uma retomada mais forte no estado e a informalidade corresponde a cerca de ? dos ocupados no estado, as famílias tendem a ficar menos seguras em relação ao emprego, contribuindo para a queda na confiança.

Com relação à situação de renda atual, o marcador alcançou 100,0 pontos, diminuindo 2,8% em relação a outubro de 2018, o mesmo recuo registrado na margem. O resultado marcou a terceira queda consecutiva na margem e a primeira variação negativa em relação ao mesmo mês do ano anterior desde setembro de 2017. Sobre a linha da neutralidade, o indicador sofreu redução nos dois grupos de rendimento: 2,0% para famílias com renda inferior a 10 salários mínimos e 5,2% para o grupo com rendimento maior.

Já o indicador referente ao nível de consumo atual registrou 96,4 pontos, recuando 7,3% em relação ao ano passado e demonstrando queda de 3,2% frente ao mês anterior. Esta foi a primeira retração interanual desde fevereiro de 2017, refletindo queda de 3,2% tanto no grupo de famílias com menos de dez salários quanto naquelas com rendimento superior.

Com relação ao acesso a crédito, foram registrados 76,3 pontos, elevação de 31,6% em relação a outubro de 2018. Na média em 12 meses, o indicador passou dos 68,4 pontos para 70,0 pontos. Apesar das altas subsequentes, a redução do pessimismo ocorre de forma gradual, deixando o indicador distante da neutralidade. Sobre momento para consumo de bens duráveis, o indicador registrou 62,3 pontos, com alta de 6,1% em comparação ao ano passado. No intervalo de um ano, o índice registra média de 60,4 pontos, leve alta frente ao mês anterior. Para 62,5% das famílias, o período é considerado ruim para a aquisição de bens duráveis.

Com relação às expectativas, o indicador da perspectiva profissional alcançou 84,0 pontos, um avanço de 19,1% na comparação interanual e variação de 2,7% na margem. Na média em 12 meses, o índice aumentou de 74,3 pontos para 75,5 pontos. Os dados refletem a maior quantidade de famílias que relatam acreditar na melhora profissional nos próximos meses. Porém, enquanto 33,6% dos entrevistados demonstraram otimismo, 49,7% não acreditam em uma melhora. Sobre a perspectiva de consumo, o indicador registrou 98,2 pontos, crescimento de 8,1% em relação ao mesmo período de 2018 e queda de -2,8% na margem. Nos 12 meses encerrados em outubro, a média registrou aumento de 97,9 para 98,5 pontos.