Farrapos aposta em “crescimento sustentável”

Se por um lado o Farrapos não conseguiu ascender na classificação final do Super 10 – manteve a quinta colocação alcançada nas últimas duas temporadas -, por outro galgou alguns degraus no processo de fortalecimento do plantel. Para o presidente do clube, Tito Flores, a evolução da equipe evidenciada durante o torneio endossa a confiança de que mais cedo ou mais tarde estará entre as quatro melhores do país.

Assim como em 2013, o Farrapos encerrou o torneio deste ano com cinco vitórias e quatro derrotas. A diferença, para Tito, está nas circunstâncias como as derrotas ocorreram. “Do ponto de vista estritamente técnico, de evolução individual dos jogadores e do time como um todo, a gente está bem contente. Em todas as participações anteriores no Super 10 o Farrapos teve uma partida em que foi dominado. No ano passado, por exemplo, foi contra o Spac, que nos ganhou por 40 pontos. Neste ano, ao contrário, todas as nossas partidas foram muito parelhas. A avaliação é boa, a gente lamenta que o resultado não veio dentro de campo, mas estamos satisfeitos pela evolução da equipe e dos jogadores”, avalia.

Uma das derrotas foi contra o Curitiba, que incorporou nove jogadores argentinos no elenco e, por consequência, conquistou uma das vagas às semifinais. O Farrapos, na contramão, apostou na manutenção da base dos últimos anos e não pretende mudar a estratégia tão cedo. Por mais que os adversários estejam “contratando”, o clube acredita que pode tornar-se gradativamente mais competitivo se continuar lapidando os atuais jogadores e descarta reforços para 2015. “Honestamente não é a nossa filosofia de trabalho, acho que esse tipo de planejamento não tem sustentabilidade. A gente quer realmente desenvolver o rugby com categorias de base, de uma forma que os nossos resultados não sejam pontuais. Por exemplo: uma coisa que nos orgulha é que a gente conseguiu, em toda a nossa história, nunca decrescer em termos de resultados. Isso mostra que de certa forma o tipo de plantação que a gente faz é de mais longo prazo, mas que o caminho não está errado. Tem equipe que em um ano fez final de campeonato e no outro ficou em oitavo. Porque isso? Isso é sustentável?”, frisa, convicto de que a experiência é uma das principais lacunas a serem preenchidas para um dia brigar pelo título. “Ainda falta milhagem aos jogadores. Contra o Desterro, quem se destacou foi o Ige, um atleta com muita experiência, rodagem de seleção brasileira, rodagem internacional. Ele é o cara que vira o jogo. Contra o Spac, o cara que achou os dois tries no final – Lucas Tranquez – é jogador de seleção brasileira já há alguns anos, apesar de ser um garoto jovem, joga desde criança. Então faltou experiência. Por alguns anos ainda a gente vai ter que equalizar essa questão da nossa menor experiência. Esse é o nosso quarto Super 10, enquanto quase todas as equipes que estão aí já jogaram mais de 20 campeonatos brasileiros. No jogo contra o Spac, depois que a gente estava ganhando por 14 a 3 no segundo tempo, nos faltou saber fechar o jogo. Isso tudo é experiência”, conclui.

Categorias de base

Uma das prioridades do Farrapos para 2015 será o fortalecimento das categorias menores. No momento, o clube tem uma equipe M17 bastante consistente, da qual muitos jogadores passarão à M19 no próximo ano. A ideia é complementar as categorias M15 e M17 para dar sustentabilidade à M19. Para tanto, o clube dará continuidade ao trabalho de captação nas escolas, onde já trabalha com cerca de 200 crianças e adolescentes. O processo de fortalecimento da base também passará pelo reforço das comissões técnicas. “A gente não quer apenas agregar atletas, mas também qualificar a comissão técnica. Assim como a equipe adulta tem um treinador específico para os forwards, a gente quer ter isso para a base”, ressalta Tito Flores.

 

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