A história conta que uma moça sofrida, de nome Joaneta, que sofria nas mãos do marido, um soldado conhecido pelo seu mau caráter e pelos maus-tratos imputados àqueles que tinham a infelicidade de cruzar seu caminho, dentre eles a própria Joaneta, certa vez, estando no campo, e suplicando por uma bênção divina para a cura do seu sofrimento, avistou uma senhora que, mesmo com a aparência de uma rainha, vestindo um manto, mostrava-se bondosa e piedosa. 

Vendo o sofrimento da camponesa, a Joaneta, essa “rainha” pede que ela retorne ao povoado onde reside e que leve uma mensagem aos seus. Ela pede que o povo volte a fazer penitência, frequentar a igreja e jejuar em favor de que seus castigos haviam sido afastados. Pede também que lhe seja erguida uma capela.

Como prova de sua divindade, ao lado do local onde estavam fincados seus pés, no chão, nasceu uma fonte de água pura e límpida, onde até hoje os enfermos se banham em busca da cura.
Nascia, pois, a devoção a Nossa Senhora de Caravaggio. 

Quem seria capaz de duvidar da legitimidade dessa história? Eu que não! Muito antes pelo contrário! Eu tenho plena fé de que essa história é real; verdadeira; legítima! E que deve ser contada para que, cada vez mais, se perpetue na humanidade.

A fé, algo imaterial em relação ao que a maioria de nós tem somente conhecimento empírico, nada mais é, para mim, do que algo por meio do qual acreditamos que atingiremos um objetivo. Segundo o dicionário, a fé é uma das três virtudes teológicas. Ora, isso, com todo o respeito, não diz nada, já que as virtudes teológicas são aquelas que nos permitem fazer o bem, agindo pelo bem e acreditando no bem. A fé, porém, como disse, para mim, é algo poderoso, por meio do qual objetivos específicos podem ser atingidos.

A D. Jovita, minha avozinha amada, a quem já dediquei uma coluna todinha, sempre disse que a fé é um sentimento necessário. Ela não acredita que alguém pode ser ateu, mesmo diante de afirmações nesse sentido, já que não é possível evoluir sem acreditar em um ser superior. Ela sempre disse que a fé é tão poderosa que se eu acreditar em uma cadeira, essa cadeira vai fazer milagres. 

Para variar, a D. Jovita está certa. As avós estão sempre certas.  A D. Iró Grendene Beltrami, minha professora de piano da infância, sempre disse que avós são mães com açúcar. Quando nos damos conta de que as mães são a melhor companhia que podemos e queremos ter por perto, e que elas podem vir com açúcar, não queremos mais nada além de sua doçura. E percebemos que tudo o que elas dizem está certo, pois dizem com amor. 

Então, se a D. Jovita disse para ter fé é porque temos que ter fé. Joaneta teve e nos apresentou uma santinha de devoção, cujo dia foi comemorado nesta semana. Quem sabe não vêm outros milagres por aí, para nos devolver a fé em dias melhores?! Estamos todos precisando!

Até a próxima!
 

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