Fechar bares à meia-noite resolve?

Música alta, gritaria, trânsito interrompido e alta concentração de jovens nas calçadas. Este é o cenário visto por quem transita pelos arredores da avenida Osvaldo Aranha, em Bento Gonçalves, nos finais de semana. No dia seguinte o cenário é descrito pelos moradores como constrangedor: garrafas quebradas, vômito, fezes e urina na calçada. Incomodados com a perturbação do seu sossego, um grupo de moradores do bairro Cidade Alta resolveu se unir para cobrar que o Código de Posturas seja aplicado, pelo menos o artigo que versa sobre o horário de fechamento de bares, restaurantes e botequins. Mas será mesmo que fechar estes estabelecimentos à meia-noite seria a solução para acabar com os baderneiros? As opiniões são bastante divergentes.

Nos arredores da Osvaldo Aranha há nove bares e mais dois postos de combustível com loja de conveniência que vem causando dor de cabeça para os moradores. Um dos moradores, Adolfo Geraldo Vignatti, calcula que cerca de 500 moradores seriam prejudicados com a baderna nos finais de semana. “O barulho incomoda quem reside não apenas na Osvaldo Aranha, mas também nas ruas Caxias do Sul, Dantes Larentis, Duque de Caxias, Getúlio Vargas e das travessas Bagé, Carazinho, Itaqui e Silva Paes”, estima. Entre eles, Vignatti aponta profissionais que precisam ter uma boa noite de sono, como motoristas de ônibus e caminhoneiros.

A cobrança da fiscalização quanto ao horário de fechamento já havia sido feita na tribuna pelo vereador Mário Gabardo (PMDB), procurado pelos moradores. Vignatti deixa bem claro que não quer o fechamento definitivo dos bares, quer apenas que seja cumprido o que prevê a legislação. “Na lei está escrito que os bares podem funcionar das 7h às 24h, ou seja 17 horas ininterruptas, com sete horas de  descanso”, pondera. O morador reconhece que os problemas da perturbação sonora não são causados diretamente pelos bares, até mesmo porque alguns não têm música ao vivo. “O que causa o transtorno é que, em função dos bares, os jovens ficam nas ruas do entorno fazendo baderna. Nas noites em que os bares não abrem há uma grande tranquilidade”, relata.

Outro problema apontado pelo morador é que, além do barulho nas ruas, muitas vezes o sono é interrompido por arruaceiros que tocam os interfones das casas e apartamentos. Por estes e outros motivos, ele conta que alguns optam por ir dormir na casa de parentes nos finais de semana. “É assustador o que se vê nas ruas. Têm moradores que já presenciaram até mesmo atos obscenos”, preocupa-se. “Uma coisa é diversão e outra bem diferente é baderna”, observa.

Confira a matéria completa na edição desta sexta-feira.

 

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