Fimma deve movimentar US$ 420 milhões

Mais de 30 mil pessoas já conferiram a vanguarda da cadeia produtiva de madeira e móveis nos pavilhões do Parque de Eventos de Bento Gonçalves desde a última segunda-feira, dia 18. A 11ª edição da Fimma Brasil, que encerra às 18h desta sexta-feira, dia 22, já confirma seu sucesso e espera encerrar com mais de US$ 420 milhões em negócios concretizados. 

Para o presidente da Fimma Brasil, Cacildo Tarso, o público que passou – e ainda está conferindo os estandes, é focado, qualificado e vem decidido a fazer negócio. “Muitos negócios foram fechados quando a intenção do visitante era só avaliar máquinas e novos produtos. Eles acabam se surpreendendo com a qualidade e efetuam compras imediatas e de itens com valores altos, acima de 300 mil euros”, afirma Cacildo. 

Mais de US$ 7 milhões no Projeto Comprador

Com 653 expositores – 424 nacionais e 229 internacionais – a Fimma Brasil disponibiliza diversas ferramentas para os participantes. Um dos instrumentos que estimularam as exportações e facilitaram a colocação dos produtos brasileiros no mercado internacional foi o Projeto Comprador, que, neste ano, promoveu 434 rodadas de negócios simultâneas entre 20 importadores de oito países e 72 expositores da feira. A geração de negócios foi recorde: US$ 7,150 milhões – superando em 9,16% os números de 2011.

Para Maurício David, da empresa Manufatura de Aço 3D, que participou pela primeira vez das rodadas na Fimma Brasil, o projeto é importante porque ajuda a integrar mercados. “As reuniões aproximam as fronteiras e são uma porta de entrada. Prospectamos boas expectativas no evento”, explica. A executiva da Interfasul, Regina Wolff, também concorda com os bons resultados do projeto. “É uma forma de conhecer as pessoas, manter um contato visual com os importadores, para depois evoluir para possíveis negócios. As rodadas direcionam para empresas que estão buscando produtos e serviços e isso facilita bastante, também porque falamos diretamente com gerentes ou diretores”, ressalta. Luciana Adamatti, comercial da Tabone, sempre participa do Projeto Comprador. “Independentemente do tamanho do expositor, as rodadas são importantes para prospectar mercados e negócios. Procuro participar sempre, porque mesmo que não consiga fechar negócios, posso verificar se vale a pena investir em determinado mercado”, avalia.

Reivindicações

A Fimma Brasil também foi marcada por reivindicações. Na abertura do evento, o presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), Ivo Cansan, aproveitou a presença de diversas lideranças do governo federal, estadual e municipal para cobrar soluções para entraves do setor moveleiro. Cansan afirmou, em discurso, que é necessário promover as reformas fiscal, tributária e trabalhista, para tornar as indústrias mais competitivas e permitir que os produtos tenham preços justos para competir com o mundo. “É preciso que o governo crie um plano de investimentos em logística e infraestrutura, cuja falta há muito tempo vem dificultando a competitividade das indústrias gaúchas para com os demais Estados brasileiros e também em nível global”, afirmou. 

Cansan também lembrou que o Brasil e o Rio Grande do Sul já foram grandes exportadores de móveis, mas hoje são prejudicados por questões estruturais que tornam os produtos pouco atrativos. “Faltam estradas, portos, logística e agilidade para que as empresas exportadoras possam resgatar os créditos do Reintegra, do PIS Cofins e IPI. Esses créditos ficam retidos no caixa das empresas como ativos, obrigando as indústrias a buscar o capital de giro para honrar seus compromissos diretamente com instituições financeiras, pagando juros altos, enquanto seus créditos ficam retidos por muito tempo. E, pior de tudo, quando devolvidos, o valor é sempre sem correção”, explanou. O presidente ainda falou sobre a legislação ambiental gaúcha – uma das mais rígidas do país, que tem levado empresas para outros Estados do país.

Reportagem: Raquel Konrad


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