Final de ano e o convite para o fechamento de ciclos…
Texto de autoria da psicóloga Franciele Sassi
Dezembro bate à nossa porta da vida mais uma vez. E, junto com a entrada de um novo mês, o convite para a reavaliação de todo um ano que passou. No ano que termina e nasce outra vez, o mês de dezembro traz reflexões acerca do que fizemos ao longo dos nossos dias, o que deixamos de fazer, o que poderíamos ter feito, o que planejamos, as expectativas que criamos e quais foram alcançadas, o que conseguimos cumprir, o que precisamos mudar ou reajustar.
O último mês do ano é, geralmente, visto pela maioria das pessoas como um período de relaxamento, com os primeiros passinhos rumo às férias e ao descanso para alguns e, controversamente, um momento cansativo e desanimador para outros tantos. Ocorre que estamos acostumados a considerar o mês de dezembro como um mês festivo, cheio de prazeres. Por outro lado, dezembro também é um mês que nos convida a entrar em contato com nós mesmos e pensarmos realmente em tudo o que fizemos. Muitas pessoas, nesta época do ano, ficam mais estressadas, por exemplo. Percebemos que o grau de tolerância às frustrações reduz de forma significativa e algumas pessoas ficam mais suscetíveis, vulneráveis, negativas, incomodadas com coisas que, talvez, em outros momentos, não teriam tanta importância. Isto porque dezembro é um mês intenso… carrega consigo simbolismos atrelados à necessidade de encerramento de alguns ciclos e nos coloca diante da responsabilidade de pensar sobre novas estratégias para o próximo ano.
Quando postos a pensar sobre coisas que desejamos terminar junto ao término de mais um ano, e coisas que planejamos iniciar com o começo de um novo, nos deparamos, inevitavelmente, com o desconforto gerado pela necessidade de mudar. E mudar não é fácil, dá trabalho mesmo e, a curto prazo, pode não ser legal. As mudanças nos tiram da zona conhecida, da estabilidade e segurança a qual estamos acostumados. Convida-nos a pensar, criar, inovar, o que constitui um desafio e demanda esforços da nossa parte. Convoca-nos a sermos os protagonistas, as peças principais de um novo “jogo da vida” que inicia.
Por tantas razões, justificam-se as reações e sintomas de final de ano que muitas pessoas desenvolvem: tristezas, dúvidas, incertezas, revolta, humor deprimido, intolerância, etc. Então, vale o convite, junto com as mudanças do ano, para que possamos resgatar a vida, fazendo as coisas que mais gostamos, estando com pessoas que realmente nos façam bem e valorizando cada novo dia, autorizando-nos a sentir da forma como as emoções vierem. É época de potencializar fatores que possam fortalecer a esperança para que a nova transição seja atravessada com respeito a si mesmo e compreensão de que cada pessoa dá o melhor que pode dentro das condições que tem.
Texto de autoria da psicóloga Franciele Sassi