Finanças: Ctec constatou desvios

O depoimento prestado nesta semana pela coordenadora da Coordenadoria de Tecnologia de Informação e Comunicação (Ctec), Rita de Cássia dos Santos, à CPI que investiga os desvios de dinheiro público foi bastante esclarecedor, especialmente no que diz respeito ao modo como os desvios foram descobertos. Segundo ela, a comprovação pôde ser feita por meio de dados sobre movimentações realizadas no sistema, que ficam arquivados na Ctec.

As investigações iniciaram no mês de agosto, após suspeitas de uma servidora da secretaria de Saúde. Ela teria verificado que empenhos feitos para uma determinada empresa haviam sido posteriormente modificados para outra. A contadora exonerada, Luana Della Valle Marcon, teria alegado um problema no sistema. O fato foi levado ao conhecimento de Rita, que na época ocupava o cargo de secretária interina de Educação. A partir da constatação de que o sistema funcionava corretamente, a investigação começou. 

Descoberta

Os relatórios finais foram entregues no dia 24 de agosto. Depois disso, o ex-secretário de Finanças, Olívio Barcelos de Menezes, conferiu a movimentação financeira das contas, confirmando as suspeitas de que houve um desvio de dinheiro. As modificações no sistema, como alteração ou exclusão de dados, foram feitas, segundo Rita, exclusivamente pelos usuários “Luana” e “Admin” (administrador). A ex-contadora era a detentora de ambas as senhas. “A falha foi mais no processo e no poder dado à Luana do que de vulnerabilidade no sistema”, avalia Rita, dizendo que a culpa pelos desvios não recai no fato de o sistema ser falho, mas na confiança destinada à ex-contadora e de não ter sido bloqueada a possibilidade de excluir dados. Ela ainda disse acreditar que Luana não sabia que a Ctec tinha acesso à movimentação do sistema da secretaria de Finanças.

Confissão

Rita tem uma gravação não autorizada em que Luana, no dia em que foi exonerada, confessa a Menezes que efetuou os desvios. Segundo a coordenadora, na gravação, cuja cópia foi entregue à Polícia Civil, ao Ministério Público e à CPI das Finanças, Luana diz que precisava de dinheiro para pagar  honorários de advogados em função de vínculos políticos em outros municípios. 

Reportagem: Carina Furlanetto


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