Fiscalização intensificada contra criação ilegal

Uma das principais atuações da 3º Batalhão Ambiental da Brigada Militar (3º BABM) é a proteção dos crimes contra a fauna, entre eles os maus-tratos aos animais. Com médias mensais de oito denúncias, o número de animais apreendidos por irregularidades, tem aumentado. Na última quinzena, pelo menos nove foram recolhidos. Parte foi solta e alguns encaminhados a zoológicos da região, para receberem os cuidados necessários. Com a chegada do período de reprodução dos peixes (piracema), a fiscalização será intensificada também em locais de pesca.

A fase de piracema iniciou em outubro e segue até março. “Nesse período o pescador pode utilizar somente linha de mão simples, com carretilha ou molinete. É recomendado que quando a pesca acontecer próximo a corredeiras ou barramentos de represas a distância mínima seja de 1,5 quilômetro. Estaremos ampliando a fiscalização para evitar a pesca irregular nesse período”, destaca o sargento Paulo César Rodrigues dos Santos, comandante do Batalhão.

Entre as principais denúncias recebidas pelo 3º BABM está a criação de pássaros sem autorização. Em três apreensões desse tipo no final de outubro, uma Farroupilha e duas em Bento Gonçalves, seis cardeais foram recolhidos. Após serem examinados, os pássaros foram soltos na natureza. O cuidado com os bichos é feito, de forma voluntária, pelo biólogo Augusto Jobim Benedetti. Foram ainda apreendidos um papagaio, um ouriço e um jabuti.

O Batalhão pode ser acionado em casos nos quais os animais estejam sendo maltratados ou criados sem a devida autorização. Conforme a lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, matar, perseguir, caçar, apanhar sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, pode gerar detenção de seis meses a um ano e multa. Já em casos de abusos, maus-tratos, ferimentos ou mutilação de animais silvestres, domésticos, nativos ou exóticos, a pena varia de três meses a um ano, e multa. Se ocorrer a morte do animal, a pena é aumentada de um sexto a um terço.

Jabuti com mais de 15 anos

Encontrada em uma rua do bairro Imigrante no final do mês de outubro, a fêmea de jabuti foi recolhida por agentes do 3º BABM e encaminhada para o zoológico de Sapucaia. Conforme o biólogo Augusto Jobim Benedetti, o animal possui mais de 15 anos. Esse réptil é considerado pré-histórico e existem mais de 40 espécies dele que vivem, em média, 80 anos. Para criar esse tipo de animal é necessário possuir autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Ouriço com a cabeça machucada

Uma paulada pode ter provocado um machucado na cabeça de um ouriço encontrado no final de outubro, em Bento Gonçalves. O animal foi visto por moradores da rua Florianópolis, bairro Botafogo, que acionaram a Patrulha Ambiental. Ele foi medicado e solto na mata depois do tratamento. O ouriço vive em terrenos com boa cobertura vegetal e úmidos. Alimenta-se de insetos, minhocas, pequenos répteis, ovos, pequenos mamíferos e frutos. Possuem papel fundamental no controle biológico de insetos, minhocas, caracóis e aranhas.

Um companheiro da família

Uma denúncia anônima levou a Polícia Ambiental a apreender um papagaio, em uma moradia no bairro Botafogo. O animal vivia com a família há mais de 20 anos. Para criar um papagaio, é necessário ter autorização do Ibama, que se certifica que ele não foi retirado da natureza e adquirido de um criadouro, devidamente credenciado. O animal recolhido na cidade será encaminhado ao zoológico de Sapucaia. Esses animais vivem em média 50 anos. Estima-se que são tirados da natureza cerca de quatro mil papagaios ao ano, para o comércio ilegal, sendo que menos da metade sobrevive.

Seis cardeais apreendidos

Pelo menos seis pássaros, da espécie cardeal, foram apreendidos na última quinzena de outubro. Algumas das aves foram recuperadas de criadouros irregulares em Bento Gonçalves e outras em Farroupilha. Os pássaros permaneceram na sede do Batalhão e foram soltos na natureza na última semana. Eles vivem em média 12 anos e não se adaptam a gaiolas. Para sua criação, é necessário ter autorização.

Como denunciar

Denúncias ao Batalhão Ambiental podem ser realizadas através do telefone 3452 2968 ou pelo telefone de plantão 9621 4354

Reportagem: Katiane Cardoso

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