O Flamengo de São Valentim encerrou no dia 19 de janeiro, em jogo-treino contra o Internacional, o ciclo mais vitorioso da sua história cinquentenária. Não apenas sagrou-se bicampeão estadual, como também conquistou o suprassumo do futebol amador no Brasil: o Sul-Brasileiro. Agora, no entanto, a luta é outra, bem mais modesta: apenas manter-se no cenário estadual.
No final de março haverá eleição para definição da nova diretoria. A partir de então, segundo o atual presidente, Amarildo Tibola, o rubro-negro terá que buscar novas alternativas para continuar disputando as principais competições da categoria. “O clube tem algumas limitações financeiras e vinha empurrando com a barriga nesses últimos dois anos. Alguns parceiros nos ajudaram com uma quantia e não vão poder fazer o mesmo agora. Por isso vamos precisar buscar alternativas novas e começar do zero se quisermos manter o clube no Estadual”, salienta o presidente.
A primeira medida para reduzir gastos foi o repasse das categorias de base ao Clube Esportivo. O projeto, que incluía escolinha e equipes de competição, tinha um custo estimado em aproximadamente R$ 20 mil mensais. No entanto, as receitas não cobriam 20% das despesas, segundo a direção.
Tradicionalmente, o Flamengo-SV investe alto em competições. Além de ter uma estrutura invejável dentro de um cenário amador, é um clube que ganhou notoriedade pela competitividade. O preço pago pelo bicampeonato estadual, em 2012, foi de cerca de R$ 250 mil, entre folha salarial e logística, o que inclui hotéis, alimentação e transporte. Somente com comissão técnica e atletas, o clube desembolsava de R$ 10 mil a R$ 12 mil por jogo. No Sul-Brasileiro, disputado em apenas três dias no município de Diadema (SP), os custos bateram a casa dos R$ 70 mil. Para efeito de comparação, no mesmo ano o Esportivo venceu a Divisão de Acesso com uma folha de aproximadamente R$ 100 mil.
Nova direção
À frente da diretoria executiva desde 2011, Amarildo Tibola já adiantou a intenção de não assumir mais um mandato e por isso o clube aguardará a posse da nova diretoria para retomar a busca por alternativas que viabilizem a continuidade no Estadual. Apesar da tradição de formar elencos competitivos, não está descartada a permanência na competição com um plantel mais modesto.
2012
Com atletas, comissão técnica e logística, o Flamengo de São Valentim gastou cerca de R$ 250 mil no Estadual 2012. No Sul-Brasileiro, o investimento foi de aproximadamente R$ 70 mil
Reportagem: João Paulo Mileski
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