Na noite desta segunda-feira, 28/11, a chuva que tem atingido Santa Catarina e Paraná nos últimos dias causou alagamentos e deslizamentos de terra, deixando pessoas desalojadas e rodovias bloqueadas. No sudeste do Paraná, a BR-376 teve deslizamentos na encosta da Serra de Guaratuba, na altura do km 669, em um trecho do litoral que liga os Estados do Paraná e de Santa Catarina. Bombeiros, Defesa Civil e PRF, além da concessionária Arteris, que administra a rodovia, auxiliam na retirada do material, que caiu sobre carros.
Um corpo foi encontrado soterrado no local por volta das 22h30, mas a identidade da vítima não foi divulgada até o momento. As buscas chegaram a ser interrompidas durante a madrugada por conta da instabilidade do tempo, mas foram retomadas pela manhã. Em entrevista à Rádio Gaúcha, na manhã desta terça-feira, 29/11, o prefeito de Guaratuba, Roberto Justus, confirmou que a situação causou uma morte. A vítima seria um caminhoneiro, que foi projetado para fora da cabine com o impacto. O chefe do Executivo também revelou que uma pessoa foi socorrida com vida do local.
Ele disse que, até a madrugada, os bombeiros ainda buscavam quatro desaparecidos sob a lama. Justus relatou que a queda de barreira aconteceu sobre uma ponte. “[As pessoas desaparecidas] podem estar dentro de veículos que foram soterrados, mas também podem ter sido empurradas para fora da ponte. Isso tudo aconteceu numa ponte que tem quase 60 metros de altura. Um rio passa por baixo dela, o rio estava com volume muito grande, bastante correnteza”, disse.
O carro do prefeito de Guaratuba foi um dos atingidos no deslizamento de terra na BR-376. Pelas redes sociais, Justus relatou que ele e o motorista Cláudio Margarida foram surpreendidos com o desabamento da encosta. “Uma coisa horrorosa. A montanha veio abaixo, nos carregou para cima dos outros carros e nós só estamos vivos por um livramento de Deus”, relatou o prefeito em vídeo divulgado no Instagram.
O deslizamento ocorreu por volta das 19h15. A rodovia estava interditada nos dois sentidos devido às fortes chuvas e os veículos estavam parados na pista esperando uma possível liberação. Além do prefeito e do motorista, outras pessoas que aguardavam em seus carros também foram atingidas pela lama. “Um mar de lama, pedra, árvore, tronco me atingiu na porta do carro. Eu estava no banco do passageiro. E aquele impacto foi tão grande que imagino que deve ter me alçado para cima. A lama foi subindo, foi me erguendo, me erguendo, até que fui empurrado para a pista contrária. Acredito que, com lama e tudo, acabamos ficando em cima dos veículos que estavam na outra pista, até que o carro parasse, ele tombou, a gente quebrou o vidro, eu e o Cláudio, meu motorista, saímos de lá, por milagre, sem nenhum arranhão”, relatou.
Ligação rodoviária entre capital e litoral prejudicada
Segundo a repórter da CBN Curitiba, Marinna Prota, são, ao menos quatro pontos de deslizamentos em rodovias do Paraná.
Com isso, o litoral paranaense está sem acesso via rodovias. Além do km 669 da BR-376, em Guaratuba, houve quedas de barreira na BR-277, km 41, em São José dos Pinhais; no km 51 da BR-116 em Campina Grande do Sul; e no km 8 da PR-410, a chamada Estrada da Graciosa. “Guaratuba hoje não tem nenhum acesso, porque além das quatro pistas que estão interditadas na BR-376, que aí para vocês, no Sul, é a 101, nós também tivemos deslizamentos na outra BR que chega aqui em Guaratuba, a BR-277, que também foi interditada”, confirmou o prefeito Roberto Justus.
Opções de retorno:
- BR-376/PR – interdição no km 635 sul: opções de retorno no km 617, 619, 625 e 633;
- BR-376/PR – Interdição no km 662 sul: opções de retorno no km 644, 648 e 654;
- BR-376/PR – Interdição no km 669 sul: opções de retorno no km 663;
- BR-101/SC – Interdição no km 1 norte: opções de retorno no km 27, 25, 20, 14, 10, 6 e 1,8.
Santa Catarina
Em Joinville, a maior cidade de Santa Catarina, foi decretada situação de emergência na noite de segunda-feira. O prefeito Adriano Silva e a vice Rejane Gambin informaram que a decisão foi tomada após sobrevoarem a cidade com um helicóptero da Polícia Militar para verificar a situação dos alagamentos no município. Com o decreto de situação de emergência, a prefeitura local pode solicitar apoio financeiro ao governo do Estado e à União.
Informações: GZH