Fórum debate uso de sacolas plásticas

O futuro das sacolas plásticas, item presente em praticamente todos os lares gaúchos, estará em pauta nesta quarta-feira, dia 11. Acontece em Porto Alegre o “2º Fórum Agas de das Sacolas Plásticas: problema ou solução”, promovido pela Associação Gaúcha de Supermercados. O evento tem entrada gratuita e contará com a participação de biólogos, engenheiros químicos, autoridades políticas, ambientalistas, especialistas em direito ambiental, varejistas de diversos setores, indústria e consumidores.

O debate sobre o tema ganhou força em todo o país a partir do dia 4 de abril, quando os supermercados de São Paulo encerraram a distribuição das sacolas plásticas tradicionais aos consumidores. Para o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, no entanto, a medida pode se revelar prematura, devido à falta de alternativas que sejam práticas, recicláveis, economicamente viáveis e menos prejudiciais ao meio ambiente do que os sacos plásticos tradicionais. “Se simplesmente eliminarmos as sacolas plásticas, as famílias gaúchas serão oneradas em média em R$ 15 mensais para a aquisição de sacos de lixo. Estaremos, na prática, transferindo a conta para o consumidor, que simplesmente trocará a cor do saco plástico de lixo, de branco para azul ou preto”, observa.

“O varejo precisa qualificar empacotadores para reduzir desperdícios, a indústria apresentar alternativas, o consumidor utilizar e descartar o plástico de forma consciente e, o poder público, ampliar a coleta seletiva do lixo, incentivar as cooperativas de catadores e criar pontos de destinação deste material”, defende o presidente da Agas.

Consumidores são contra proibição

No início do ano, o Movimento das Donas de Casa do RS procurou a Agas solicitando que os supermercados gaúchos não encerrem a distribuição gratuita de sacolas plásticas. De acordo com a presidente do MDC, Edy Mussoi, a preocupação é evitar que o consumidor tenha sua rotina piorada ou seja onerado com a aquisição de sacolas retornáveis.

Em 2011, o Instituto Segmento Pesquisas realizou levantamento junto à população gaúcha, e apurou que 81,1% dos consumidores se posicionam contra a proibição do uso das sacolas plásticas atualmente. “É cedo para decretarmos que o plástico tradicional é o maior vilão, já que aditivos de biodegradação criados no passado já se comprovaram ineficazes e até mais prejudiciais ao meio ambiente do que as sacolinhas comuns”, explica Longo, lembrando que o material chamado oxibiodegradável, apontado como solução há alguns anos, hoje é comprovadamente mais danoso à natureza.

Segundo o supermercadista, há três anos a Agas implantou um programa de redução da distribuição das sacolas nos supermercados gaúchos, através da conscientização dos consumidores, do treinamento de empacotadores e do fortalecimento do material das sacolinhas usadas. “O consumo caiu 20% no período, e pode diminuir ainda mais. Atualmente, os supermercados gaúchos gastam anualmente R$ 190 milhões na aquisição de 1,5 bilhão de sacos plásticos fornecidos aos consumidores”, calcula. Além disso, a Associação defende o uso de alternativas como as sacolas retornáveis, as caixas de papelão e os saquinhos de plástico verde.

O Fórum 

O encontro desta quarta-feira acontece a partir das 13h30, no Hotel Deville, em Porto Alegre. O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, confirmou presença no evento. Além dele, o fórum contará com prefeitos, secretários, vereadores e deputados de todo o Estado. 

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