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Fóssil de espécie rara com mais de 237 milhões de anos é descoberto no RS

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O fóssil foi encontrado em um sítio na área rural do município de Paraíso do Sul, na Região Central do Rio Grande do Sul

Fóssil de espécie rara com mais de 237 milhões de anos é descoberto no RS
Paleontólogo Rodrigo Temp Müller com o fóssil de “Parvosuchus aurelioi”. Foto: Janaína Brand Dillmann

Uma descoberta de um metro de comprimento e quatro patas foi feita por pesquisadores do Rio Grande do Sul ao encontrarem o fóssil de um réptil que viveu há mais de 237 milhões de anos, antes do surgimento dos dinossauros. O fóssil foi encontrado em um sítio na área rural do município de Paraíso do Sul, na Região Central do Estado.

O réptil pertence ao grupo dos Gracilisuchidaes, parentes distantes dos jacarés e crocodilos atuais. No entanto, diferente desses animais, ele vivia exclusivamente em terra firme. “Os Gracilisuchidaes não são dinossauros e não são os ancestrais diretos dos jacarés e crocodilos, mas tem um certo grau de parentesco”, explica o paleontólogo Rodrigo Temp Müller.

O grupo Gracilisuchidae é muito raro no registro fóssil. Até essa descoberta, apenas três espécies do grupo eram conhecidas: duas da China e uma da Argentina. A descoberta representa o primeiro Gracilisuchidae encontrado no Brasil e, além disso, uma espécie nova para a ciência.

A nova espécie foi nomeada como Parvosuchus aurelioi, que significa “crocodilo pequeno”. “Pelo tipo de dentição, a gente sabe que é carnívoro. Ele tinha dentes afunilados, em forma de punhal, que são bem típicos de um animal que se alimenta de carne”, afirma o paleontólogo.

Fóssil de espécie rara com mais de 237 milhões de anos é descoberto no RS
“Parvosuchus aurelioi”. Ilustração: Matheus Fernandes Gadelha. Fotografia do crânio: Rodrigo Temp Müller

Gracilisuchidae no Brasil

O primeiro fóssil de um gracilissuquideo foi descoberto na Argentina e descrito em 1972. No ano seguinte, um animal similar foi descrito para a China. Anos mais tarde, em 2001, outro gracilissuquideo foi descoberto na China. Após este, nenhum outro fóssil inequívoco de Gracilisuchidae foi registrado em outros países. Assim, depois de mais de duas décadas sem novos achados, o Parvosuchus aurelioi volta a chamar a atenção para esse grupo de répteis tão peculiar.

Ainda se sabe pouco sobre a biologia dos gracilissuquideos. Contudo, um dos aspectos interessantes sobre eles é que nenhum membro desse grupo chegou a atingir grande tamanho corpóreo, chegando no máximo a alcançar um metro de comprimento. Além disso, os fósseis inequívocos mais recentes do grupo têm cerca de 237 milhões de anos. Para se ter ideia, os fósseis mais antigos de dinossauros são encontrados em rochas com aproximadamente 230 milhões de anos.

Mas a descoberta do Parvosuchus aurelioi também lança luz sobre outro fóssil brasileiro. Em 2022, uma equipe de pesquisadores brasileiros apresentou o Maehary bonapartei, um réptil com cerca de 30 centímetros de comprimento que foi descoberto no município de Faxinal do Soturno, Rio Grande do Sul. Na época, acreditou-se que o Maehary bonapartei fosse um membro do grupo que deu origem aos pterossauros (um grupo de répteis voadores que existiu durante a Era Mesozoica). Já em 2023, um outro estudo sugeriu que esse réptil pudesse ser um gracilissuquideo.

*Com informações de g1 RS e UFSM

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