Frente Parlamentar da Agropecuária quer anulação de questões do Enem 2023

Segundo o grupo de deputados, as questão fazem críticas infundadas ao agronegócio, além de serem de ‘caráter ideológico’

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) da Câmara dos Deputados emitiu nota oficial solicitando que três questões do 1º dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 sejam anuladas. As questões tratam sobre agronegócio, desmatamento na Amazônia e influência do agronegócio, além colonialismo.

Confira as perguntas 70, 71 e 89 (referentes ao caderno branco do 1º dia de provas)

A frente pede um “posicionamento urgente do governo federal brasileiro sobre questões de cunho ideológico e sem critério científico ou acadêmico”. Na nota oficial, a frente elenca elementos criticando a prova, o Ministério da Educação e o governo federal:

1. Negacionismo científico contra um setor que, além de trazer a segurança alimentar ao Brasil e ao mundo, é massificação de mentiras. O setor agropecuário representa toda a diversidade da agriculta: pequenos, médios e grandes. Somos um só e não aceitaremos a divisão para estimular conflitos agrários;

2. É inacreditável o governo federal se utilizar de desinformação em prova aplicada para quase 4 milhões de alunos brasileiros que disputam uma vaga nas universidades do Brasil;

3. A anulação das questões é indiscutível, de acordo com literaturas científicas sobre a atividade agropecuária no Brasil e no mundo, em respeito à academia científica brasileira;

4. Este é o único país do globo em que o seu próprio governo federal propaga desinformação sobre a principal atividade econômica e de produção de riqueza, renda e empregos. A serviço dos brasileiros? Vincular crimes à atividade legal é informação?;

5. A ineficiência do Estado Brasileiro está exposta. A vinculação de crimes à atividade legais no Brasil é um critério de retórica política para encobrir a ausência do Estado no desenvolvimento de políticas públicas eficientes e de combate a ilegalidades. Não permitiremos que a desinformação seja propagada de forma criminosa entre nossa sociedade, como foi feito durante os anos anteriores do governo atual.

Entre as ações tomadas pela frente estão a convocação do ministro da Educação, Camilo Santana, para audiências na Câmara e no Senado Federal; requerimento de informação sobre a banca organizadora do Enem 2023 e referências bibliográficas utilizadas para a construção do exame; anulação das questões 70, 71 e 89.